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quinta-feira, 18 de abril de 2024

Comunidade de Tito Silva em João Pessoa, na Paraíba, conquista biblioteca

O dia 7 de fevereiro foi um marco para a comunidade Tito Silva, em João Pessoa (PB), O Centro de Integração Comunitária e Cidadania São Francisco de Assis (Ceifa), o Movimento de Luta nos Bairros, Vilas e Favelas (MLB) e o Sindicato dos Trabalhadores da Limpeza Urbana da Paraíba (Sindlimp-PB), contando com o financiamento do Fundo Municipal de Cultura (FMC), realizaram o que muitos chamaram de ousadia, outros de uma boa iniciativa, no que foi, de fato, uma lição de luta e cidadania. Nesta data, foi inaugurada a Biblioteca Comunitária Antônio Soares de Lima, numa comunidade onde quase 65% da população não sabe ler nem escrever ou tem grande dificuldade por ter frequentado apenas os primeiros anos do ensino fundamental.

 “Um movimento social capaz de criar uma biblioteca comunitária é um importante contraponto aos megaeventos – sabidamente as Bienais e Salões do Livro que fomentam a concentração de lucros dentro do mercado do livro, geralmente deixando nada ou muito pouco para as populações locais. Menos ainda para os escritores, escritoras e agentes promotores do livro e da leitura. Portanto, cabe aqui uma breve reflexão acerca do que significa hoje o mercado do livro no Brasil para as políticas públicas de leitura. Nosso país é o décimo maior produtor de livros do mundo. O Ministério da Educação é o terceiro maior comprador de livros do mundo. No entanto, o mercado do livro está mais neoliberal que nunca. Silenciosamente foi concentrando sua imensa lucratividade em conglomerados editoriais cada vez mais concentrados. Sem alarde, foi permitindo a compra de editoras brasileiras tradicionais como a Editora Moderna, por corporações internacionais. Apesar de tudo, parece que não está acontecendo nada. Portanto, a comunidade Tito Silva recebeu no dia 07 de fevereiro a semente de uma pequena revolução”, afirmou Lau Siqueira, poeta e parceiro da Biblioteca e do MLB.

O nome da biblioteca

Antônio Soares de Lima, conhecido como “Chuá”, foi o fundador do Centro Comunitário local. Letrado nas lutas populares, analfabeto formal, mas jamais um analfabeto político. Morreu em 2011. Ano passado, quando já estava enfermo, pediu desculpas por não saber ler e escrever, entendendo que, por isso, não tinha feito mais pela comunidade, relata Rosilene Santana, presidente do Ceifa e integrante do MLB. E ela finaliza: “Agora, para lhe prestar uma homenagem, colocamos seu nome na Biblioteca. Acredito que as noites de João Pessoa ficaram mais belas depois desse dia”.

Redação-PB

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