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quinta-feira, 28 de março de 2024

Indústrias do petróleo e da guerra tomam o Ártico aproveitando o aquecimento global

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Indústrias do petróleo e da guerra tomam o Ártico aproveitando o aquecimento globalPaíses europeus e americanos com territórios na zona Ártica estão a multiplicar exercícios militares conjuntos antecipando os efeitos das transformações provocadas pelas alterações climáticas e preparando a proteção para as novas rotas navais que serão abertas até 2030 e rentabilizarão a exploração de petróleo e gás natural já em curso.

Segundo os dados da US Geological Survey, cerca de 13 por cento das reservas de petróleo e 30 por cento das reservas de gás natural ainda desconhecidas no mundo estarão na zona Ártica, até agora difíceis de pesquisar e explorar devido às condições naturais.

O aquecimento global abre uma “janela de oportunidade”, segundo militares e técnicos da indústria petrolífera norte-americana citados pelas agências internacionais, porque vai tornar mais benignas as condições de investigação e trabalho e permitirá abrir rotas regulares à navegação.

A Noruega acolheu em março os exercícios militares “Resposta Fria” que envolveram mais de 16 mil operacionais de 14 países e respectivo equipamento terrestre, naval e aéreo numa ação de “elevada intensidade”. Tratou-se, segundo os organizadores, de fazer face a “ameaças terroristas”.

Dois meses antes a Dinamarca, os Estados Unidos e o Canadá tinham feito exercícios conjuntos e debatido com altos comandos dos países de toda a zona Ártica, incluindo a Rússia, as questões de segurança na região. A reunião decorreu numa base militar canadense.

A abertura de rotas do petróleo, agora em direção ao Norte profundo, beneficiando das novas condições de acesso proporcionadas pelo degelo contínuo decorrente do aquecimento global ajuda a explicar, segundo analistas citados pelas agências internacionais, muita da falta de empenho das grandes potências no combate às alterações climáticas e os sucessivos fracassos das cimeiras da ONU. Para a indústria petrolífera e a indústria militar que a sustenta, o aquecimento global é uma questão irreversível. E as atividades industriais e militares em zonas sensíveis aceleram-no.

Fonte: BE Internacional

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