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terça-feira, 16 de abril de 2024

Brasil no topo dos países que mais fazem cesarianas

Segundo o Ministério Público da Saúde, cerca de 52% dos partos realizados no Brasil são por cesariana, ultrapassando a porcentagem recomendada pela Organização Mundial da Saúde (OMS), que é de 15%. A questão é que, mesmo sendo mais barato para o Ministério da Saúde, o parto normal necessita de mais tempo, e, assim, o médico não consegue atender a tantas pacientes em apenas um dia. Isso demandaria um maior contingente de médicos nos hospitais, o que, no final, ficaria mais caro.

“A escassez de tempo e o imediatismo da vida moderna levam mulheres e médicos a achar mais cômoda a cesárea do que o parto normal. Daí o aumento desse tipo de parto no Brasil e no mundo”, diz a coordenadora da área de Saúde da Mulher do Ministério da Saúde, Thereza de Lamare. Outros motivos são o medo da dor do parto, o desconhecimento dos benefícios proporcionados pelo parto normal e a falsa sensação de que a cesárea é um procedimento sem riscos. “A excessiva carga de trabalho dos profissionais de saúde os leva a preferir programar o parto. Sem contar que a formação acadêmica, muitas vezes, segue a cultura médica tradicional, que valoriza uma visão intervencionista em detrimento do processo fisiológico e natural do parto”, completa.

Uma das fases mais importantes da mulher que quer ser mãe é o parto. Esse processo pode demorar de 15 minutos a mais de 15 horas, dependendo de se for cesárea ou normal. A discussão que se deve fazer sobre isso é o que seria mais confortável para a mãe e para o bebê, já que a escolha do parto implica riscos e tempo de recuperação. Infelizmente, a lógica de alta produtividade também existente nos hospitais é uma das grandes responsáveis pelo aumento no número de partos com intervenção cirúrgica (cesárea), que muitas vezes oferece riscos para a mãe e para o bebê. Essa lógica do sistema capitalista não leva em conta a vontade da mulher nem suas necessidades reais como o tempo de sua recuperação e os riscos.

É justamente por isso que devemos lutar por um sistema de saúde que seja voltado para a preservação da saúde da mulher e não à produtividade desumana do capitalismo. Respeito é bom e nós gostamos!

Gabriela Nascimento, Rio de Janeiro

 

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