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quinta-feira, 28 de março de 2024

Contra mais demissões de jornalistas, fortalecer a categoria

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jornalistas demitidosO ano de 2015 se inicia com demissões de jornalistas por todo Brasil, trazendo grande preocupação para esta categoria profissional. Já na primeira quinzena de janeiro, todos os estados da região sudeste tiveram grandes redações sofrendo com cortes.

No Rio de Janeiro, o jornal O Globo demitiu cerca de 160 funcionários, dentre os quais 30 foram jornalistas, atingindo principalmente repórteres e diagramadores. Segundo informações não oficiais, o corte tem relação com a extinção de cadernos e suplementos do impresso.

Em Minas Gerais, o jornal Estado de Minas demitiu 11 trabalhadores, entre eles repórteres, fotógrafos, editores, ilustradores, além de funcionários da secretaria de redação.

No interior do Estado de São Paulo, cerca de 30 profissionais de diversos jornais foram também demitidos, oito só na sucursal do jornal Folha de S. Paulo em Ribeirão Preto. Além de vários veículos terem fechado suas portas.

A TV Capixaba, no Espírito Santo, afiliada do Grupo Bandeirantes, desligou cinco jornalistas, além de outros trabalhadores radialistas e do setor administrativo. Seu telejornal noturno teve uma diminuição de tempo.

Casos de 2014

O segundo semestre de 2014 já vinha dando indícios dessa prática. Demissões se deram em grandes redações pelo país, algumas delas em larga escala. Entre os casos mais comentados estiveram o da Gazeta do Povo, que demitiu 14 jornalistas em setembro, e o da Folha de S. Paulo na capital, que, em novembro, dispensou ao menos 13 jornalistas, dentre eles articulistas do primeiro caderno.

No entanto, o caso mais emblemático foi em agosto, quando o Grupo RBS fez cerca de 130 desligamentos em várias áreas no Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Brasília, atingindo principalmente os jornalistas.

O pretexto das empresas de comunicação para a maioria dos casos é o ajuste de contas ou diminuição de gastos com pessoal. Todavia, é fato que essas e tantas outras empresas mantiveram altas taxas de lucro no ano que passou, resultado, principalmente, dos grandes eventos como a Copa do Mundo da Fifa.

Está cada vez mais claro que as empresas de comunicação não medirão esforços nem postos de trabalho para manter seus lucros, e que a probabilidade de mais demissões em massa aumenta dia a dia.

Para além das demissões, os jornalistas enfrentam, há tempos, outros grandes problemas. A pejotização, que visa a mascarar a relação de trabalho, negando ao profissional direitos básicos como 13º e férias. Para os trabalhadores com registro em carteira, o acúmulo e até desvios de função é uma cruel realidade. Muitas vezes, o jornalista é obrigado a produzir para diversas plataformas ou exercer funções extras sem receber nada mais por isso. Fora o alto nível de estresse e cobrança por produtividade nas redações.

A medida mais imediata e necessária para enfrentar essa grave situação é, com certeza, a unidade dos jornalistas como classe trabalhadora e o fortalecimento da luta da categoria organizada.

Jornalistas do MLC de São Paulo

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