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quinta-feira, 28 de março de 2024

Ministro do PCdoB elogia Forças Armadas que torturaram e mataram patriotas

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Recentemente, foi nomeado para o Ministério da Defesa um dos principais dirigentes do Partido Comunista do Brasil (PCdoB), Aldo Rebelo, que agora está à frente das Forças Armadas brasileiras. No dia da posse, os comandantes das três armas (Exército, Marinha e Força Aérea) saudaram o novo ministro e rasgaram elogios ao seu histórico de “compromisso e colaboração com os interesses das Forças Armadas”.

Em contrapartida, Aldo Rebelo saudou a atuação do Exército na Guerra do Paraguai, enalteceu a figura do genocida Duque de Caxias e declarou: “As instituições militares são fundadoras da nacionalidade, criadoras dos valores de nossa identidade, organizadoras de instituições de Estado, orientadoras dos sentimentos mais nobres e mais generosos de nosso povo”.

Não são muito estranhas essas afirmações, para uma pessoa que se diz comunista? Afinal, essas são as opiniões do PCdoB de Aldo Rebelo ou das elites do nosso país? Ou ambos compartilham da mesma concepção da história e do papel atual das Forças Armadas?

Lembremos que na citada Guerra do Paraguai, o Exército brasileiro, longe de ter assumido um papel honrado e nacionalista, apenas obedeceu como um cãozinho amestrado às ordens do imperialismo britânico, massacrando covardemente o povo paraguaio, que foi praticamente exterminado (mais de 75% de sua população foi morta) no que entrou para a história como o “genocídio americano”. Dos 800 mil paraguaios no início da guerra, restaram apenas 194 mil. A população masculina adulta foi dizimada em quase 100%. Sobraram 14 mil homens, em sua grande maioria crianças com menos de 10 anos e velhos. O Paraguai perdeu 140 mil quilômetros quadrados do seu território, o que corresponde a Pernambuco e Alagoas juntos. As terras, como todas as riquezas saqueadas, foram repartidas entre brasileiros e argentinos (Ver: guerra-paraguai-o-massacre-de-um-povo-soberano em www.averdade.org.br).

Já Duque de Caxias, na própria Guerra do Paraguai, cometeu abomináveis crimes de guerra (assumidos por ele mesmo em carta a D. Pedro II), entre os quais se destacam: obrigar prisioneiros paraguaios a lutar contra a sua pátria e contaminar as águas do Rio Paraná com cadáveres de pessoas acometidas pelo cólera para contaminar a população ribeirinha. Sem falar no Massacre dos Porongos, onde os Lanceiros Negros (escravizados nas fazendas do Rio Grande do Sul) que lutaram a Guerra dos Farrapos por sua alforria, foram desarmados e assassinados covardemente a mando de Caxias e Canabarro para que não fossem libertados.

Aparentemente revestida de um caráter patriótico e nacionalista, as afirmações do senhor Aldo Rebelo escondem uma dura realidade: tanto ele quanto as Forças Armadas brasileiras têm servido unicamente aos interesses do capital estrangeiro.

Em 1964, os comandantes militares brasileiros, dirigidos pelo embaixador norte-americano Lincoln Gordon, deram um golpe e derrubaram o governo João Goulart, legitimamente eleito pelo povo brasileiro, além de sequestrarem e torturarem e matarem toda uma geração de homens e mulheres que lutavam pelos interesses dos trabalhadores.

Seguindo a mesma cartilha dos milicos e dos EUA, o PCdoB renegou sua história e seus mortos na ditadura e tem atuado dentro do governo brasileiro no sentido de minar a soberania nacional e entregar nossas principais riquezas para os estrangeiros. Não deu um pio quando da privatização de portos, aeroportos e rodovias, ao contrário, liderou a entrega do nosso petróleo aos gringos através dos leilões realizados pela ANP sob a direção de Haroldo Lima, também membro do comitê central deste partido.

 Já Aldo Rebelo, além de ter sido o principal articulador do famigerado Código Florestal aprovado no Congresso, que beneficiou apenas os latifundiários e demais destruidores das florestas, também foi ministro dos Esportes durante a Copa do Mundo da corrupta Fifa.

À frente do Ministério da Defesa, Aldo Rebelo coordenará diretamente a intervenção militar no Haiti. Constrangimento? Nada disso! Ele e o comandante do Exército General Eduardo Villas Boas são “dois grandes amigos”.

Fica a pergunta: o que Diógenes Arruda, Osvaldão, Pedro Pomar e Mauricio Grabois pensariam de tudo isso?

Queops Damasceno, Rio Grande do Sul

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