UM JORNAL DOS TRABALHADORES NA LUTA PELO SOCIALISMO

quarta-feira, 24 de abril de 2024

População entra em confronto com a PM na periferia de Belém após ação de milícia

5323280Mais de 300 moradores do bairro do Barreiro, em Belém, interditaram, nas noites de terça e quarta (20 e 21/09), a Avenida Pedro Álvares Cabral, uma das mais movimentadas da cidade. O protesto ocorreu após o homicídio de Raimundo da Silva Cordovil, de 34 anos, que trabalhava na produção de churrasqueiras artesanais, o qual foi baleado na cabeça e não resistiu. Outras três pessoas ficaram feridas e foram levadas a hospitais próximos. O crime revoltou a vizinhança do bairro do Barreiro.

Por volta das 17h de terça-feira, 20, um carro prata se aproximou do local de trabalho de Raimundo, localizado numa das feiras mais movimentadas da capital paraense, a Feira do Barreiro, e quatro homens encapuzados abriram fogo contra várias pessoas que transitavam pelo local. A população, imediatamente, constatou que se tratava de uma ação promovida por milicianos, e, na mesma noite, levantou barricadas e tocou fogo em galhos, fechando por mais de três horas a avenida. A PM abriu fogo, dispersando a base da repressão a multidão.

Indignados com a ausência de qualquer tipo de resposta, novamente os moradores do bairro fecharam a avenida na noite seguinte, 21, exigindo uma ação imediata do governo para conter esse grupo criminoso que extermina jovens e trabalhadores da periferia. Da chacina registrada em novembro de 2014 na capital paraense, até hoje, nenhum envolvido no assassinato de mais de treze jovens foi condenado, e o clima de impunidade gerou o ódio da população da periferia de Belém. A culpa não é do carro preto ou prata, a responsabilidade é do Estado, que se omite em não investigar os constantes assassinatos e ameaças de morte promovidos, segundo fortes suspeitas da Defensoria Pública do Pará, por agentes da segurança pública.

Na noite de quarta, o protesto durou mais de quatro horas, começando às 19h30 e indo até a meia noite. A ROTAM (Ronda Tática Metropolitana), uma das tropas de elite da PM, foi chamada e abriu fogo, mais uma vez, contra a população. As centenas de jovens ali presentes se defenderam apenas com pedras e pedaços de paus, porém seis deles foram presos pela repressão. O ódio contra a polícia militar ficou evidente, com viaturas sendo apedrejadas, e a ação da PM foi isolar a área e atacar com bombas e bala de borracha. A população se defendeu com escudos improvisados de PVC e tábuas de madeira, e demonstrou que não vai parar de lutar até que sejam punidos os responsáveis por esse crime hediondo.

Enquanto o clima de impunidade e aval dado a esses grupos criminosos ligados ao tráfico de drogas e armas for mantido, a única saída que o povo encontrará é a resistência, e o MLB (Movimento de Luta nos Bairros) e a UJR (União da Juventude Rebelião) no estado se solidarizam com a luta da população do Barreiro e de toda a periferia de Belém contra a política de extermínio da juventude preta, pobre e da periferia, efetuados por setores fascistas de todas as regiões de nosso país.

Redação Pará

Outros Artigos

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

Matérias recentes