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quinta-feira, 28 de março de 2024

Bolivarianos vencem eleições na Venezuela

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Alonso Pacheco Huarcaya, cônsul da Venezuela no Pará, concedeu uma entrevista ao jornal A Verdade para falar sobre as eleições para eleger os novos governadores, ocorridas no dia 15 de outubro em seu país. Com a vitória dos candidatos do Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV) em 17 dos 23 estados e com a maior participação popular de toda a história, mostrou aos opositores que a população venezuelana apoia o governo de Maduro. Alonso Pacheco tem 36 anos de idade, foi diplomata da Venezuela em Assunção, no Paraguai, e hoje exerce função diplomática no Brasil.

Adrian Santose Redação Pará

A Verdade –Quais são os principais fatos que antecederam as eleições para governadores na Venezuela?

Alonso Pacheco – AAssembleia Nacional Constituinte e a derrota da violência provocada pela direita. Este fato foi fundamental para convocar as eleições depois de um quadro de violência originado pelas forças da direita representadas pelo MUD (Mesa da Unidade Democrática), sob as ordens do imperialismo dos EUA.

No acirramento das disputas políticas na Venezuela, como se deu o processo de campanha e eleição?

A campanha foi muito particular do lado da revolução, pois tivemos um discurso propositivo. No primeiro momento, a defesa da paz e da soberania, e, no segundo, a superação da crise econômica produzida pelo imperialismo. Já do lado da direita houve um discurso de medo contraditório chamando a população às ruas para confrontos violentos, e, logo depois, a convidando para participar das eleições sem poder superar as contradições de seus discursos e práticas.

Os órgãos de imprensa internacionais apontavam uma vitória da direita venezuelana representada pelo MUD na maioria dos estados, porém, o resultadodas urnas foi diferente.

Uma vez mais ficou claro que a imprensa e muitos dos “formadores de opinião” têm interesses muito bem definidos sobre o processo político venezuelano, a maioria das mídias falava que uma baixa participação favoreceria o governo, tentando colocar que a maioria da população apoiava o MUD. Porém, a realidade demonstrou que, com alta participação histórica, a revolução bolivariana mantém a maioria dos votos, jogando por terra as análises das grandes mídias internacionais.

O que representa o resultado destas eleições para a luta anti-imperialista do povo latino-americano?

A vitória da revolução bolivariana nessas eleições pode abrir as portas para a retomada de poder do movimento popular. Apesar da crise econômica, o povo venezuelano tem a consciência clara sobre o seu processo político, pois sabe que as forças do imperialismo estadunidense estão por trás da violência e sabe que essas forças não vão parar até ter o controle da América Latina novamente, tal como nos anos 1990. A defesa que o povo venezuelano faz, por vias democráticas, da sua soberania e o direito de escolher seu destino é um claro exemplo que tem que ser respeitado por todos os países da região.

Após o processo eleitoral venezuelano vários países, como Estados Unidos, Argentina e até mesmo o Brasil, que tem à frente o golpista Michel Temer, questionaram a democracia no seu país.

A mídia internacional e a direita venezuelana cada vez surpreendem menos, novamente retomando o discurso de fraude eleitoral, que já foi derrotado em todas as 22 eleições realizadas desde 1999. O preocupante aqui é a ingerência e o desrespeito sobre a realidade venezuelana, que fazem alguns governos da região chegarem a violar o princípio de soberania, incitando a intervenção e a intromissão nos assuntos dos Estados, quebrando o sistema multilateral de direito em nossa região. A Venezuela respeita os diversos processos políticos na América Latina, inclusive aqueles que têm torcido a vontade da maioria, contudo respeitamos a autodeterminação dos povos e exigimos respeito à decisão soberana e democrática do povo venezuelano.

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