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quinta-feira, 18 de abril de 2024

Resistência frente ao extermínio dos povos indígenas

Extermínio é a palavra certa para descrever o que passam os povos originários desde a invasão, em 1500, no Brasil, trazendo um sistema de exploração e quebrando toda a vasta cultura dos povos originários.

Durante meio milênio, a população indígena vem sendo escravizada, invisibilizada e expulsa de suas próprias terras. Os massacres em aldeias são constantes. Os últimos foram em Rondônia, Uru-eu-wau-wau, próximo ao Município de Governador Jorge Teixeira, a 322 km de Porto Velho. A aldeia 623 foi invadida por pelo menos 100 pessoas armadas na manhã de 23 de janeiro, a mando de latifundiários do agronegócio e madeireiros. Os ataques à população indígena não são novidade, mas, como no período da ditadura militar, período em que muitas aldeias e povos foram dizimados, agora, no governo do fascista Jair Bolsonaro, também têm se intensificado os ataques.

Em visita à aldeia Naô Xohã, fundada em um processo de retomada de uma fazenda do empresário Eike Batista, no segundo semestre de 2017, às margens do rio Paraopeba, em São Joaquim de Bicas (MG), tivemos a oportunidade de conversar com Célia Angoho, que é a presidente da Federação dos Povos Indígenas do Brasil.

Angoho conta sobre a falta de políticas públicas para os indígenas não aldeiados e que vivem nos centros urbanos. “O indígena é indígena em qualquer lugar, não deixa de ser só porque está na cidade. Retiram os nossos direitos, isso é coisa do homem branco”.

“Os povos indígenas precisam se unir, pois viveremos o que passamos há mais de 500 anos. A retirada da Funai do Ministério da Justiça, colocando-a no Ministério da Agricultura, é um golpe contra a nossa história, o nosso presente e futuro. Foi entregar o nosso povo nas mãos do nosso principal inimigo, que são os ruralistas, que desmatam e acabam com tudo. Temos que defender nossas terras nem que seja com a última gota de sangue que corre em nossas veias”, finalizou.

Com o grave crime ambiental e contra a humanidade cometido pela Vale, em Brumadinho, que matou centenas de pessoas, e também destruiu a natureza no local, a aldeia que fica às margens do rio Paraopeba, foi diretamente atingida. A situação é grave, a Vale isolou a aldeia e os indígenas, apesar do suposto apoio, na verdade, são medidas estritamente demagógicas diante da destruição das terras e a completa insolvência da comunidade originária. Na prática, os indígenas continuam ameaçados e sem garantia dos seus direitos fundamentais.

Edinho Vieira, MLB/MG

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