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terça-feira, 16 de abril de 2024

Quantos jovens precisam morrer para sustentar os ricos?

O genocídio da juventude negra estudante e trabalhadora, particularmente no território carioca, não é uma tragédia do acaso, mas sim a violência promovida pelo sistema capitalista.

Redação
Jornal A Verdade


Foto: Reprodução

RIO DE JANEIRO – De cortes orçamentários na educação até assassinatos em grande escala nas favelas e nos bairros pobres, a juventude brasileira tem sido atacada incansavelmente. A pergunta é: quantos e quantas jovens vão sofrer e morrer para sustentar esse sistema de desigualdades a que somos empurrados diariamente?

Os dados assustam: 83,5% dos jovens são pobres e vivem em famílias com renda inferior a um salário mínimo, sendo que 17,3 milhões de jovens (0 a 14 anos) – ou seja, cerca de 40% da população dessa faixa etária – vivem abaixo da linha da pobreza (Pnad, 2015). A juventude brasileira está desempregada, sem estudo de qualidade ou completamente sem estudo, não tem acesso a saneamento básico e tem sido assassinada diariamente no país. De acordo com o Unicef, 16 crianças e adolescentes brasileiros morrem por dia, em média, vítimas de homicídios, sendo que 71,5% das pessoas assassinadas são negras ou pardas. Homicídio é a causa de 49,1% das mortes de jovens entre 15 e 19 anos, e 46% das mortes entre 20 a 24 anos.

Em agosto deste ano, sete jovens foram assassinados num período de 80 horas nas favelas do Rio de Janeiro. A mídia burguesa tenta de todas as formas atribuir as mortes às “balas perdidas”. No entanto, não há nada de perdido nessas balas. Na verdade, elas sempre encontram suas vítimas nos mesmos territórios, com a mesma classe. Dyogo Costa Xavier de Brito (16 anos), Gabriel Pereira Alves (17 anos), Lucas Monteiro dos Santos Costa (21 anos), Tiago Freitas (21 anos), Henrico de Jesus Viegas de Menezes Júnior (19 anos) e Margareth Teixeira (17 anos) perderam suas vidas, pela manhã, na hora da entrada nas escolas e início de trabalho. Todas essas mortes fazem parte da realidade da juventude pobre brasileira. Segundo um levantamento dos dados oficiais dos 26 estados e do Distrito Federal realizado neste ano pelo G1, através da Lei de Acesso à Informação, o Brasil teve 6.160 pessoas mortas por policiais somente em 2018 (um aumento de 18%). De acordo com a Secretaria de Segurança Pública, em 2017, a cada cinco pessoas assassinadas, uma delas foi morta por policial; três em cada 100 mil habitantes são mortos pela polícia e, no estado do Rio de Janeiro, a taxa é de 8,9 pessoas a cada 100 mil habitantes.

O índice de desemprego da juventude é o dobro do registrado entre adultos. Segundo a Organização Internacional do Trabalho (OIT), 30% dos jovens brasileiros estão desempregados. Quando estão empregados, os contratos de trabalho dos jovens são, em sua maioria, de estagiários, estudantes, aprendizes e bolsistas, entre outras modalidades não contempladas pela Previdência.

Além disso, os salários desses postos de trabalho vão de 1 a 1,5 salário mínimo. Com uma taxa de desemprego dessa, somada aos modelos de contrato, a Reforma da Previdência empurrará nossa juventude para o trabalho até a morte. No que diz respeito à escolaridade, dentre os jovens na faixa de 15 a 17 anos, cerca de um terço dos adolescentes ainda não havia terminado o ensino fundamental.

Apenas 18% dos jovens estão matriculados na graduação (IBGE, 2010); 24,8 milhões adolescentes e jovens de 14 a 29 anos não estão estudando. Desse grupo, 69,7% estavam fora da escola porque trabalhavam, estavam procurando trabalho ou tinham que cuidar de afazeres domésticos.

Tudo isso que foi apresentado coloca uma tarefa clara para a juventude: Derrotar e superar esse sistema injusto que nos esmaga. Não podemos aceitar essas condições de vida, não podemos nos calar diante tanta injustiça, não é normal ver nossos irmãos e irmãs perdendo suas vidas para a violência, assim como não é natural alguns terem muito e a grande maioria não ter nada.

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