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sexta-feira, 29 de março de 2024

Violência contra LGBTI+ aumenta durante a pandemia

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Guilherme Brasil

99% da população LGBT não se ente segura no Brasil. Foto: Guilherme Santos

SÃO PAULO – Os setores vulneráveis da população são os que mais sofrem com as consequências da pandemia, a população LGBTI+ é um deles. O boletim nº 03 de 2020 da Antra – Associação Nacional de Travestis e Transsexuais, lançado em junho de 2020, destaca o aumento dos assassinatos contra as pessoas trans no Brasil.

“O Brasil chega a 89 assassinatos de pessoas trans no primeiro semestre de 2020, com aumento de 39% em relação ao mesmo período do ano passado.” diz o boletim.

O relatório também aponta o aumento do número de suicídios. Foram mapeados 14 suicídios no primeiro semestre de 2020, número quase igual aos 17 casos mapeados no ano inteiro de 2019. A pandemia e o isolamento social afetam de maneira mais dura as parcelas mais vulneráveis da sociedade.

A violência doméstica também aumentou no período, estima-se que “70% das LGBTI+ que se encontram cumprindo medidas de isolamento social junto a familiares experienciaram algum tipo de violência no ambiente familiar/vizinhança, sem ter onde buscar ajuda ou efetivar denuncia pelo alto risco expulsão de casa ou acirramento da violência. E que 45% apresentaram agravos em sua saúde mental por fatores como depressão, ansiedade, desemprego e conflitos familiares – alguns previamente já relatados”.

Em relação ao emprego, da mesma forma que a classe trabalhadora em geral, as pessoas trans, que antes da pandemia já não tinham acesso ao mercado de trabalho, após a Covid não conseguem realizar suas atividades financeiras, aumentando assim o número desse setor em situação de rua.

Apenas esses dados já são o suficiente para concluir que a pandemia não tem afetado igualmente as pessoas, porém esses nem são os dados oficiais.

De acordo com a Nota Técnica “A violência LGBTQIA+ no Brasil”, feita pela Clínica de Políticas de Diversidade da FGV Direito SP, em dezembro de 2020, um dos principais desafios da luta é a obtenção de dados.

No Brasil existem poucos parâmetros, faltam indicadores nos censos oficiais, faltam dados das delegacias, não existe um padrão nacional para cruzamento dos dados, entre outras ferramentas que possibilitariam o melhor planejamento de ações em defesa dos direitos e das vidas LGBTI’s.

A nota ainda destaca algumas propostas ao Estado para o combate à LGBTfobia, principalmente no sentido da captação de dados, do acolhimento, segurança e saúde. Importante iniciativa para reivindicação.

Porém ainda é pouco, é necessário formular uma saída revolucionária ao problema, que não esteja só nos limites do capitalismo. Quanto mais se acirram as contradições do sistema, maior é o massacre. Somente uma saída de transformação radical pode ser a solução.

Esses materiais são bases de estudos necessários para aprofundar o entendimento da situação, porém é necessário aos revolucionaries ir além e formular propostas e táticas para a luta e organizar um exército para a destruição desse sistema e a construção do socialismo. 

 

Seguem os documentos utilizados para produzir esta matéria:

  1. Nota Técnica (FGV): A VIOLÊNCIA LGBTQIA+ NO BRASIL
  2. BOLETIM Nº 03/2020 (ANTRA): ASSASSINATOS CONTRA TRAVESTIS E TRANSEXUAIS EM 2020
Cartaz de divulgação do dia internacional de luta contra a LGBTIfobia. Arte: ANTRA.

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