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quinta-feira, 28 de março de 2024

Supermercado Mundial processa MLB por denunciar a fome

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CRIME – Supermercado Mundial transforma luta contra a fome em crime através de processo contra o MLB. (Foto: Reprodução/Jornal A Verdade)
Redação Rio de Janeiro
Jornal A Verdade

RIO DE JANEIRO (RJ) – A rede de supermercados Mundial, uma das maiores do Rio de Janeiro, registrou Boletim de Ocorrência contra quatro manifestantes que participaram de protesto contra a fome e o aumento no preço dos alimentos em uma de suas lojas, no último dia 17 de dezembro.

O ato foi organizado pelo Movimento de Luta nos Bairros, Vilas e Favelas (MLB), que há anos promove essas ações em todo o país às vésperas do Natal para denunciar a existência de milhões de famílias famintas, enquanto os meios de comunicação da burguesia fazem propaganda de mesas fartas de comida e inacessíveis ao povo pobre.

Os denunciados pela Mundial por extorsão e associação criminosa são Juliete Pantoja, coordenadora do MLB no Rio de Janeiro; Giovanna Almeida, militante da UJR e do Movimento Negro Perifa Zumbi; Heron Barroso, que cobria a manifestação pelo jornal A Verdade; e Raphael Almeida, diretor da UEE-RJ. O inquérito policial foi concluído pelo delegado responsável sem ouvir os acusados e já seguiu para parecer do Ministério Público (MP-RJ). O caso está sendo acompanhado pela Comissão de Direitos Humanos da OAB-RJ.

Lutar não é Crime

Em resposta à tentativa de intimidação e criminalização do movimento, o MLB já está montando uma grande rede de solidariedade com outros movimentos sociais, sindicatos, entidades estudantis e de direitos humanos, parlamentares e com as comissões de Direitos Humanos da Câmara do Rio e da Assembleia Legislativa.

Giovanna, uma das acusadas, contesta a denúncia do supermercado. “Durante e após o ato, recebemos várias manifestações de apoio dos clientes que estavam no local e de moradores da região pelas redes sociais. Todos dizendo que a iniciativa do MLB de protestar contra a fome e a carestia era muito importante. Percebíamos esse apoio, inclusive, dos próprios funcionários do supermercado, que também são prejudicados com a inflação, pois recebem baixíssimos salários da Mundial”.  

 “Estamos fazendo uma ampla denúncia desse absurdo que é qualificar a ação de um movimento social como crime. Queremos não apenas que essa denúncia seja arquivada pelo MP-RJ, mas que se ponha fim de uma vez por todas em nosso país à criminalização da luta popular”, defende Juliete.

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