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sábado, 20 de abril de 2024

MLB realiza brigada de solidariedade em Macaé (RJ)

SOBERANIA ALIMENTAR. MLB apoia projeto de horta comunitária em Macaé (Foto: JAV/Rio)

O Movimento de Luta nos Bairros, Vilas e favelas (MLB) realizou, em conjunto com o Movimento de Mulheres Olga Benário e a União da Juventude Rebelião (UJR), uma brigada de solidariedade na horta comunitária do Barreto, em Macaé.

Larissa Franco, Joyce Melo e Tayná Vieira
Macaé  (RJ)


LUTA POPULAR – Como se não bastasse ter que enfrentar uma pandemia viral, o povo trabalhador vem sofrendo diariamente com a fome e com as demais mazelas do capitalismo. Desde o início da pandemia, muitas famílias de trabalhadores enfrentam transportes públicos lotados, diminuição do salário, alto preço dos aluguéis, do gás e dos alimentos. Em meio a todo o descaso e a perversidade do governo, precisaram recorrer à informalidade, visto que o número de desempregados cresce a cada dia em nosso país.   

Para as famílias macaenses a realidade não é diferente. Sobra desemprego e faltam políticas públicas.  

Em meio a tanta incerteza e dificuldade na vida dos trabalhadores, o Movimento de Luta nos Bairros, Vilas e Favelas (MLB) iniciou a Rede de Solidariedade em Macaé, onde seu principal trabalho é desenvolvido nos bairros Barreto e Lagomar, por serem esses bairros menos atendidos por políticas públicas.

Atuando há três meses na cidade, através da arrecadação e da entrega de cestas básicas, o MLB também denuncia o descaso do governo com o povo, a fome e o desemprego. 

No momento das entregas das cestas são feitas conversas individuais com cada família inscrita na rede. O passo seguinte foi a realização de uma brigada de solidariedade, reunindo as famílias na Horta Comunitária do Barreto, no bairro São José do Barreto. A atividade contou com a presença da companheira Elza Maria, da coordenação nacional do MLB, que apresentou o movimento para os voluntários da rede solidária, as famílias inscritas na rede e os voluntários da Horta Comunitária.  

A Rede Solidária, para além dos alimentos, mensalmente, entrega um exemplar do jornal “A Verdade” e dialoga com as famílias sobre as demandas de seu bairro e sobre a importância da organização popular e política. 

(Foto: JAV/Rio)

Foi realizada a leitura conjunta da matéria “O capitalismo mata as pessoas de frio” e, em seguida, foi apresentado o MLB, bem como o Movimento de Mulheres Olga Benário. O evento contou ainda com uma saudação da UJR. Seguiu-se uma rodada de conversas, com falas que expunham as queixas e as demandas dos moradores em relação às suas condições de vida, bem como sobre a necessidade de se organizar em coletivo para modificar essa realidade.

Uma das mulheres atendidas pela rede se emocionou com as falas e leituras, sobretudo com a apresentação do Movimento Olga Benário. Disse o quão importante era poder conhecer pessoas que sentem suas dores e querem mudar a sociedade, transformá-la em um local em que as mulheres possam realizar seus projetos pessoais e criar seus filhos com mais amparo, igualdade e liberdade. Além disso, ressaltou o grande peso que as mulheres trabalhadoras carregam ao ter que conciliar o emprego, a maternidade e o trabalho doméstico. Tudo isso em meio a um governo que não oferece nenhuma política pública que ampare as mulheres e, sobretudo, as mães, e em uma sociedade que não cobra essa mesma jornada dos homens. 

A partir de sua fala, que foi acompanhada de mais mulheres, foi levantada a necessidade de se ter mais creches no município de Macaé, para que elas possam deixar seus filhos em segurança enquanto trabalham ou desempenham outras tarefas pessoas, bem como a importância da organização popular e da luta por melhores condições de vida. 

Junto às cestas básicas, foram entregues absorventes arrecadados pela Campanha organizada pelo Movimento de Mulheres Olga Benário, que debate a ausência de políticas públicas que levem dignidade menstrual para as mulheres pobres. Além disso, foi realizada a doação de roupas e sapatos, arrecadados pela própria Rede Solidária e a distribuição, pela Horta Comunitária, de sua colheita. A produção da horta é de alimentos orgânicos, produzidos pelo trabalho coletivo, em um terreno recuperado. O projeto transformou um terreno abandonado e sem função social em um espaço que, além de fornecer alimentos, também é de confraternização e de luta política. 

O clima final da atividade, com a fala de tantos companheiros, foi o de que a única saída é o poder popular, a organização coletiva e a construção de uma sociedade nova e socialista. 

(Foto: JAV/Rio)

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