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sexta-feira, 29 de março de 2024

A culpa da crise sanitária e da biodiversidade é dos capitalistas

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Foto: Yasmin Alves/A Verdade

Laryssa Ferreira
Militante da UJR – RS


OPINÃO – A atual crise pandêmica alavancou alguns debates acerca do tráfico e abate ilegal de seres vivos. Vítimas de ataques racistas e xenofóbicos, trabalhadores chineses foram culpabilizados pela dispersão do coronavírus, o que, inclusive, foi imensamente ampliado pelas grandes mídias.

Não é a primeira vez que vemos uma grande epidemia ocorrer, assim como não é a primeira vez que vemos os sistemas vigentes culpabilizarem a crise aos setores mais vulneráveis e afetados. Essas distorções, como no caso da atual pandemia, busca esconder os grandes culpados: a minoria rica e exploradora da população.

No nosso país vemos todos os anos doenças outrora erradicadas voltarem a ser uma ameaça, como foi o caso da febre amarela, que até mesmo impulsionou uma onda de assassinatos de primatas devido a disseminação de fake news. Todos esses casos sempre são sucedidos de uma massiva destruição da flora e fauna causada pela superexploração da natureza para sustentar indústrias e fábricas, ou pelo fetichismo de mercadoria que movem caças e comercialização ilegal de seres vivos.

Hoje, através do governo genocida de Bolsonaro, temos o pior índice de devastação de florestas das últimas décadas; só na floresta amazônica houveram 6.688 km² desmatados, o equivalente a nove vezes o tamanho da cidade do Rio de Janeiro, número 57% do que o do ano passado (2020), resultado de uma política de concessão aos banqueiros e, principalmente, aos latifundiários.

A mesma intensificação ocorre no comércio ilegal de animais e plantas, como é o caso da Philodendron spiritus sancti, espécie de trepadeira da região serrana do Espírito Santo que hoje está praticamente extinta na natureza, devido a grande demanada dos milionários que a tornou uma das plantas mais requeridas pelos grandes colecionadores ricos, chegando a custar mais de 150 mil reais. Atualmente, a ausência da planta no seu ecossistema de origem bagunça toda uma relação desenvolvida e aprimorada por anos, desequilibrada por simples luxos da burguesia.

Atualmente, Bolsonaro representa tais políticas de aniquilação que ameaçam diretamente a vida no nosso país. Porém, ela não se limita a qualquer presidente, mas sim a todo um sistema que se baseia na exploração e destruição, constituído por milionários que nunca tiveram nem mesmo que produzir o que usufruem, são parasitas que nada contribuem para o nosso povo, pelo contrário, nos exploram, marginalizam e matam cada vez mais.

É evidente: os grandes culpados das crises ecológicas e sanitárias são os grandes ricos, o que confirma a necessidade e urgência da construção de um sistema feito por nós, os reais responsáveis pelas riquezas de todo o globo, um sistema que não se baseie na exploração da natureza, nem na do homem pelo homem, o socialismo. Precisamos ter ainda mais alto e claro que essa é a única saída para as mazelas que torturam e ameaçam a vida da nossa classe e da nossa biodiversidade, e que nenhuma outra alternativa revisionista poderá erradicar tais catástrofes, afinal, só o povo salva o povo.

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