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sexta-feira, 29 de março de 2024

A luta pela permanência estudantil e o trabalho revolucionário

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Foto: Movimento Correnteza da UFRJ

Julio Almeia


SÃO PAULO – O Movimento Estudantil brasileiro sempre cumpriu um papel determinante na democratização do acesso à universidade, se levantando em defesa da expansão das cotas e de maiores investimentos na educação pública. Mesmo após anos de luta e resistência, ainda hoje temos milhões de jovens brasileiros que sequer sonham com o ingresso no ensino superior, sobretudo o ensino público. Em contrapartida, os grandes barões da educação privada no Brasil seguem colocando seus filhos para estudar no estrangeiro, enquanto mais de 15% dos jovens sequer terminam o ensino médio no país.

A pauta da permanência estudantil sempre foi central para aqueles comprometidos com a luta dos trabalhadores, pois é evidente a existência de um projeto político de exclusão da juventude pobre de todos os espaços em que conseguem se desenvolver intelectualmente e fisicamente, como é o caso das instituições de ensino. O sistema capitalista utiliza da vulnerabilidade econômica do nosso povo para aumentar as fileiras do exército de reserva e, consequentemente, a taxa de lucro da grande burguesia.

Durante a pandemia a necessidade de se defender a permanência estudantil ficou escancarada, com inúmeros jovens, de universidades públicas e privadas, tendo que trancar seus cursos por conta do alto valor das mensalidades ou então por não terem condições de se manter no ensino público. A crise causada pela pandemia e acentuada pelas medidas genocidas de Bolsonaro jogou muitos estudantes já pobres na miséria, os fazendo optar entre estudar ou fazer bico para conseguir pagar as contas.

Enquanto setores majoritários do movimento estudantil entraram de férias durante a pandemia, os revolucionários organizaram brigadas de solidariedade e pressionaram as reitorias por mais medidas de permanência, como os kit internet, a disponibilização de computadores e auxílios emergenciais locais. Quando anunciados os cortes, grandes entidades combativas vanguardeadas pelo Movimento Correnteza, como o DCE da UFRJ e o DCE da Unifesp, se colocaram à disposição da luta, indo às ruas denunciar as políticas assassinas de Bolsonaro e puxando grandes manifestações em defesa da educação, vistas pela última vez no Tsunami da Educação de 2019.

Os revolucionários não hesitaram um momento sequer em defender os interesses dos estudantes pobres, isto porque também também fazer parte do alvo dos capitalistas. Os filhos e as filhas da classe trabalhadora que ocupam as universidades e se revoltam por não conseguirem permanecer, podem se tornar verdadeiros revolucionários. Para avançarmos na construção do nosso trabalho no movimento estudantil universitário, é necessário fazer com que os estudantes pobres rebeldes se encontrem na luta em defesa do poder popular e do socialismo, mas para isso é necessário que permaneçam nas universidades.

Não são raros os relatos recolhidos de camaradas que demonstram descontentamento com o trabalho do movimento estudantil por não enxergarem perspectiva de terem uma vida digna dentro da universidade. Lutar pela permanência estudantil é fazer com que nossos lutadores permaneçam nos espaços estudantis e que mais combatentes se somem na batalha em defesa da revolução. 

O combate aos cortes de verba e a defesa de mais medidas de permanência são tarefas árduas, sendo reprimidas de forma agressiva pelos mandantes das universidades a serviço da burguesia, mas não podemos negligenciá-las, pois a conquista de direitos dos estudantes é uma vitória para todos os revolucionários que estudam. É urgente expandirmos as nossas intervenções nas entidades e espaços estudantis para que estejamos cada vez mais aptos a lutar e conquistar direitos, formando grandes quadros  para a revolução.

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