Países que resistem ao imperialismo sustentam a solidariedade internacional aos povos ao mandar equipes especializadas para os países do oriente médio atingidos pelos terremotos no dia 06 de fevereiro.
Thales Santos da Cruz
INTERNACIONAL – Na madrugada do dia 6, um terremoto de magnitude 7.8 (na escala Richter) e uma sequência de 100 tremores secundários devastaram a Turquia e a Síria. Até o momento, segundo relatos oficiais das autoridades dos respectivos países, conta-se mais de 35 mil mortos e mais de 60 mil feridos.
A fim de comparação, a última vez a ocorrer um terremoto de magnitude 7.8 em solo turco, foi em 1939, onde cerca de 30 mil pessoas perderam suas vidas. Já em 1999, há um de 7.4, onde os números foram de 17 mil. Caso as previsões se concretizem, será o maior desastre sísmico ocorrido na história da Turquia e da Síria.
Em meio a um cenário de crise humanitária, devastação de seus territórios e até mesmo de perda do patrimônio cultural (afinal, a tragédia destruiu e danificou diversos monumentos históricos, onde alguns deles eram milenares, como o Castelo Gaziantep e a Cidadela de Alepo) tais países, oriundos do oriente médio, recebem meio a esta crise imensa um apoio especializado de Cuba, que segue enfrentando graves dificuldades em razão do bloqueio econômico dos EUA, e da Palestina que sofre um apartheid e a uma ocupação promovida por Israel.
Estes não foram os únicos países que enviaram apoio. Mas há de se considerar alguns fatores sócio-políticos. Cuba, uma pequena ilha caribenha (em termos de extensão geográfica, é um pouco maior do que o estado de Pernambuco) lida com o mesmo embargo há 60 anos. Embargo esse que sempre impôs enormes dificuldades ao desenvolvimento e foi responsável, após a queda da URSS, pela maior crise econômica vivida na ilha.
O embaixador da Síria em Cuba, Ghassan Obeid, em entrevista concedida ao Cuba Television News, além de agradecer as declarações de apoio, revelou também que um grupo de 27 médicos cubanos, especializados nesses tipos de catástrofes, estão preparados para partir em auxílio ao povo sírio.
Internacionalismo na prática
Os cubanos não se esquecem nem por um minuto da implacável posição de condenação e denúncia dos sírios diante das restrições impostas pelos EUA e muito menos dos navios petrolíferos enviados durante a grave crise vivida dos anos 90, conhecido como Período Especial. Por outro lado, os sírios também não se esquecem de como os cubanos condenaram as ocupações israelense em Golã, das inúmeras vacinas enviadas e dos muitos sírios formados nas universidades cubanas.
Já a Palestina, que sofre uma ocupação e vive um apartheid promovido pelo “Estado” de Israel, com o apoio incondicional dos Estados Unidos, no qual seu bravo povo resiste a cerca de 80 anos a violações dos seus direitos humanos, limitação de acesso a recursos básicos, islamofobia, etc.
Mesmo sofrendo todos esses ataques, a Palestina enviou sua equipe de intervenção e resposta de emergência para salvar vidas na Síria e na Turquia. O diretor-geral da Agência Palestina de Cooperação Internacional, Imad Al-Zuhairi, afirmou a rádio oficial palestina que , “a equipe é especializada e tem o que há de mais avançado em abrigo e alimentação e em montar acampamentos para hospitalização, queimaduras, emergências e médicos especializados em psiquiatria infantil e feminina”. Além disso, segundo Al-Zuhairi, o povo lutador desse país vem arrecadando doações para ajudar os atingidos pelo terremoto.
A verdade: os imperialistas mantêm seus compromissos com a promoção de guerras, miséria, racismo e desastres climáticos, enquanto o compromisso dos socialistas e povos que resistem contra o imperialismo é a de solidariedade, valorização da vida humana, a paz e soberania.