Deputado estadual João Henrique Catan, do Mato Grosso do Sul, homenageou o nazista Hitler e exibiu o livro Main Kampf durante discurso na Assembléia Legislativa.
Thales Santos da Cruz
BRASIL – Nesta segunda-feira (07), o deputado estadual fascista João Henrique Catan (PL-MS) levou a autobiografia do nazista Adolf Hitler, o Mein Kampf (em português: Minha Luta), para a Assembleia Legislativa do Mato Grosso do Sul.
Durante seu discurso na tribuna da Assembléia, o deputado fascista exibiu o livro do ditador que matou milhares de judeus, comunistas, ciganos, negros, pessoas da comunidade LGBTIA+ e imigrantes. Ao mesmo tempo que fez exaltação ao líder do Partido Nazista, pediu a reconstrução do Parlamento.
João Henrique, deputado que é financiado por empresários golpistas, atacou a decisão do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ), cujo relator do processo foi o desembargador Carlos Gustavo Direito, na qual proibia o site Estante Virtual de comercializar o Mein Kampf. Em seu odioso discurso afirmou: “Aqui eu trago, senhor presidente, um livro (…), fiquei com medo de entrar com esse livro no Brasil. Um juiz, talvez mais ditador que Adolf Hitler, suspendeu a entrada e as vendas do Mein Kampf, ‘Minha Luta, Minha História, Minha Vida’, onde aqui retrata suas estratégias para aniquilar, fuzilar o Parlamento e os direitos de manifestação popular”. A decisão do tribunal é referente exclusivamente ao estado do Rio de Janeiro, e não a federação, tornando ainda mais ridícula e descabida a afirmação de que o juiz do caso seria mais ditador do que o ditador alemão.
“É com a apresentação do Mein Kampf, de Hitler, que peço para que este Parlamento se fortaleça, se reconstrua e se reorganize nos rumos do que foi o Parlamento Europeu da Alemanha”, declarou João Henrique após um requerimento de sua autoria ter sido derrotado na votação.
Lei proíbe apologia ao nazismo
Atualmente, a Lei do Racismo (nº 7.716/89) possui um inciso para falar especificamente sobre punição de apologia ao nazismo. O inciso discrimina que quem fabricar, comercializar, distribuir ou veicular símbolos, emblemas, ornamentos, distintivos ou propaganda que utilizem a cruz suástica ou gamada, para fins de divulgação do nazismo, terá a mesma pena de quem cometeu racismo. Ou seja, reclusão de dois a cinco anos e multa.
O livro referido foi escrito durante a prisão de Hitler em 1925, onde ele expressa suas ideias antissemitas, racialistas, anticomunistas, LGBTIA+fóbicas etc que delinearam a ideologia e política do nazismo. Algumas dessas ideias citadas em muito são compartilhadas pelo deputado e seu partido, especialmente quando vemos suas colocações, se auto-afirmando enquanto um inimigo do comunismo, e demais pautas taxadas por eles como tentativa da esquerda de destruir a família, a moral e os bons costumes.
Não é a primeira vez que o deputado ganha destaque por estar envolvido em polêmicas desse cunho. Em maio de 2022, houve uma sessão para a votação do projeto de lei sobre porte de armas de fogo por colecionadores, atiradores e caçadores. João Henrique, que era um dos autores do projeto, acompanhou a votação em um estande de tiro. Em sua vez de votar, ele descarregou uma pistola em um alvo com o símbolo da foice e martelo.
De fato, os fascistas odeiam os comunistas, são contra a democracia e pregam um novo Golpe Militar no país. É preciso lutar por punição exemplar, colocando-os na lata de lixo da história.