Controlada pela Força Sindical, a liberação do Registro Sindical para sindicatos (nova nomenclatura para a Carta Sindical) tornou-se um comércio extremamente lucrativo e uma grande fonte de corrupção em Brasília, revelou a edição 2.178 da revista Isto é.
Com o objetivo de se apropriar do imposto sindical (dinheiro repassado aos sindicatos, federações e confederações, oriundo do desconto em folha de um dia de trabalho de cada trabalhador), constituiu-se no Brasil um grupo de pelegos que, embora não tenham legitimidade entre os trabalhadores e tampouco desenvolvam ações em defesa da categoria que dizem representar, obtêm no Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) registros sindicais e passam a recolher essa contribuição.
Segundo a revista, para garantir a existência desses sindicatos cartoriais, a Força Sindical cobra propinas que variam de R$ 20 mil a R$ 150 mil. Assim, os pelegos envolvidos nesse esquema de corrupção têm os registros sindicais atendidos rapidamente e enriquecem se locupletando do dinheiro dos trabalhadores, tratam os sindicatos como propriedade e montam verdadeiras máfias para realizar acordos espúrios com os patrões.
Já para os sindicatos que não estão comprometidos com esse esquema, a história é bem diferente. Mesmo representando verdadeiramente os trabalhadores e tendo legitimidade nas categorias que representam, esses sindicatos não obtêm o registro sindical ou então passam vários anos para obtê-lo.
É preciso realizar uma ampla campanha de denúncia deste esquema de corrupção instaurado no MTE. Não podemos aceitar o controle do Estado sobre os sindicatos, tampouco que um grupo de pelegos se aproprie dos sindicatos para se beneficiar e enriquecer às custas da exploração dos trabalhadores.
Magno Francisco, Maceió