2008 foi um ano marcante para o MLB da cidade de Diadema, São Paulo. Em 8 de outubro de 2008, o movimento se organizou para fazer sua primeira ocupação em Diadema. Nesse dia, cerca de 200 famílias realizaram a Ocupação Olga Benário. Uma homenagem do movimento composto por sua maioria de mulheres à grande heroína brasileira.
A ocupação durou três dias e terminou com uma passeata até a prefeitura. Lá o movimento tinha entre outras propostas, a formação de uma cooperativa para a geração de emprego e renda para mulheres do MLB. Afinal, segundo o Dieese, 61% dos desempregados brasileiros eram mulheres em 2007.
Fruto desta luta, surgiu a Cooperativa de Costureiras de Diadema “Rarilis” (iniciais dos nomes das companheiras que hoje compõem a cooperativa) que completou um ano em agosto. Elas contam como foi o caminho que a cooperativa percorreu até agora.
“Até a formação da cooperativa foi um processo demorado. Fizemos um curso que começou com 53 mulheres. No curso aprendemos o básico para começar a costurar, modelagem e corte e costura. Muitas de nós nos conhecemos no curso e para a formação de uma cooperativa forte tivemos que reunir nossas qualidades. Sozinhas cada pessoa fazia pouca coisa, umas faziam unha, outras sabiam fazer doces ou café.
No final do curso, muitas arrumaram emprego ou foram trabalhar por conta. Quando começamos a nos organizar como cooperativa éramos 32. As dificuldades foram aumentando, pois achávamos que a prefeitura ia nos conseguir o básico para começar uma cooperativa, o espaço. Cobrávamos pelo menos o espaço, pois não tínhamos dinheiro para pagar aluguel. Decidimos vir para minha casa, pois aqui já tinha duas máquinas, a Rita trouxe mais uma, daí começamos.
Com essas dificuldades muitas saíram, pois não dava dinheiro no começo. Foi muito difícil, pois também precisamos comer. Hoje somos quatro, conseguimos nos estabilizar, temos nossos materiais e pagamos nossas contas.” , afirma Mara
“Ser mulher nessa sociedade não é fácil. O recado que eu deixo é que nunca devem desistir, porque problemas virão de todos os lados. Mas devemos nos manter de cabeça erguida para enfrentar as dificuldades lutando”, diz Roseli.
“Na sociedade capitalista as coisas são sempre mais difíceis para os pobres. Por isso temos que unir as forças e lutar. A ajuda do próximo e o conhecimento são fundamentais.”, complementa Ritai.
Thainá Siúda, militante do PCR em Diadema