A Associação dos Estudantes Secundaristas do Estado do Rio de Janeiro (Aerj) realizou no dia 25 de agosto, sua jornada de luta em homenagem ao Dia do Estudante. Mais de 500 secundaristas e universitários saíram da Praça da Bandeira em direção ao prédio da prefeitura para levar suas reivindicações – passe livre e meia passagem sem restrições para secundaristas e universitários, respectivamente, eram as principais.
Atualmente os estudantes só têm direito a duas passagens por dia, precisam recarregar o cartão diariamente e enfrentam diversas dificuldades para receber o seu cartão, devido ao sistema de controle feito pela prefeitura e pela Federação das Empresas de Transportes de Passageiros do Estado do Rio de Janeiro (Fetranspor).
Os estudantes seguiram até a prefeitura e, lá, encontraram os portões trancados e um forte esquema de segurança da Guarda Municipal para impedir-lhes o acesso ao prédio público. Imediatamente, pararam o trânsito da maior e mais importante avenida do Rio, a Presidente Vargas, sentando no asfalto e exigindo que o prefeito os atendessem. Nessa hora entraram em cena o Batalhão de Choque e várias guarnições da Polícia Militar. A truculência, as bombas de gás lacrimogêneo, o spray de pimenta e a farta distribuição de cacetadas em jovens secundaristas, na maioria menores de idade, passou a ser o “diálogo”. A covardia da PM foi tamanha que muitos adolescentes passaram mal e o diretor de Assistência Estudantil da UNE, Esteban Crescente, foi agredido – tomou choques no rosto e no pescoço – por três policiais que tinham ordens para prendê-lo, mas não conseguiram.
Resistência e recuo da PM
Apesar de toda a violência da PM, os estudantes não se intimidaram e enfrentaram os policiais com seus punhos, pés, agilidade e inteligência. Por alguns momentos, sem entender o que se passava, o Batalhão de Choque ficou desnorteado com a rápida e corajosa reação dos jovens contra o policial que jogava o gás de pimenta, ou contra aquele que agredia as jovens, ou mesmo o que lançava a bomba de gás lacrimogêneo.
Depois de vários minutos de confronto aberto, o comando da manifestação, que contava com diretores da Aerj e de militantes da União da Juventude Rebelião (UJR), reorganizou todos aqueles que se dispersaram e negociou com o comando da PM, que foi obrigado a reconhecer o direito de expressão da juventude, a realização do ato e a devolução de todo o material apreendido durante a repressão. Os estudantes terminaram a manifestação cantando a palavra de ordem “A Aerj somos nós, nossa força e nossa voz!” e garantindo data para uma audiência com o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes.
Carlos Henrique Vieira, presidente da Aerj