O Comitê Único de Reabilitação Social negou pedido de redução da pena do dirigente estudantil Marcelo Rivera, membro do Partido Comunista Marxista-Leninista do Equador (PCMLE) e ex-presidente da Federação dos Estudantes Universitários do Equador (Feue).
“O Departamento de Avaliação e Controle do Centro de Reabilitação qualifica minha disciplina como exemplar, conduta exemplar. Estudo direito a distância, participo de todos os cursos. Dou aulas de alfabetização e computação nas celas. Tenho uma nota de 98, numa escala de 100, mas nada disso foi considerado no julgamento do meu pedido”, afirmou Rivera em entrevista ao jornal La Hora.
Marcelo Rivera disse ainda que a decisão foi “eminentemente política, visando ao amedrontamento dos lutadores sociais”. E completou: “Nada nem ninguém vai me deter na luta por dias melhores para meu país. O Equador vive hoje um regime de terror e medo”.
A perseguição também se estendeu a sua família. “Minha mãe trabalhava na Universidade Central como zeladora e, logo após minha prisão, foi despedida. Meu irmão estudava num dos colégios anexos à universidade e foi obrigado a transferir-se. Perseguição familiar que vai além de um enfrentamento político. Decidiram me afastar da minha família para me amedrontar, mas estamos otimistas”, denunciou.
Rivera foi acusado de agressão terrorista e destruição de bens, no dia 8 de dezembro de 2009, quando a Reitoria da Universidade Central do Equador tentava aprovar a todo custo seu projeto de reforma universitária. Por isso, foi condenado a três anos de prisão, além de uma multa de 300 mil dólares. Em março, logo após a greve de fome de 27 dias que realizou, foi transferido de Quito para o Centro de Reabilitação de Sucumbíos (mais conhecido como a “Guantánamo do Equador”), em Lago Agrio.
Da Redação