Tendo como principal reivindicação a implantação da Lei 11.738/08, que institui o Piso Salarial Profissional Nacional (PSPN), os trabalhadores em educação de Minas realizaram um a greve que durou 112 dias. O governador de Minas Gerais, Antônio Anastasia, do PSDB, alega que o Estado não tem dinheiro para aumentar o salário na educação, mas gasta milhões com a construção de estádio para a Copa do Mundo e em propaganda na TV e jornais contra a greve.
Durante a greve, diariamente, os trabalhadores realizaram atos de denúncia e de conscientização na capital e em cidades do interior e semanalmente assembleias com milhares de pessoas.
Diante da intransigência do governo estadual, que ainda manteve a postura de não negociar, a greve foi radicalizada. Manifestações de apoio com mais de 15.000 pessoas paralisaram a capital mineira. No ato de lançamento do relógio que faz a contagem regressiva para a Copa do Mundo, o povo foi impedido de se manifestar em apoio à luta dos professores e a policia agiu com violência. O presidente do SindMassas, Renato Campos foi ferido por bala de boracha e teve que ir para o hospital. Professores se acorrentaram no plenário da Assembléia Legislativa e na Praça Sete e dois professores, Abdon Geraldo e Marilda Araújo, entraram em greve de fome desde o dia 19 de setembro.
A greve dos trabalhadores da educação transformou-se no centro político da mobilização de todos os trabalhadores de Minas Gerais com a participação ativa de entidades dos movimentos populares e sociais ampliou. A participação do movimento estudantil, organizados pelo DCE da UFMG e pela AMES-BH, foi muito importante.
O Movimento Luta de Classes (MLC) atuou de forma combativa através de seu núcleo de professores, fortalecendo as mobilizações diárias, as panfletagens e defendendo a unidade da categoria. Até o fechamento desta edição já são 115 dias de greve e a disposição de manter o movimento é firme.
Por fim, a intransigência do governo do PSDB de Anastasia desmascara a falsa propaganda de que em Minas se vive em um mar de rosas.
Após 113 dias de greve, os trabalhadores em educação de Minas Gerais conseguiram dobrar a intransigência do governador Anastasia e abrir as negociações. Com milhares de professores concentrados na Praça da Assembléia, a direção do sindicato negociou com representantes do governo durante horas. Após as reuniões, o comando de greve se reuniu com os trabalhadores. À meia noite do dia 28 de setembro, por decisão da maioria absoluta dos oito mil trabalhadores presentes à assembléia, a greve foi suspensa. Foi mais um exemplo da luta dos trabalhadores brasileiros para garantir seus direitos, um salário digno e uma educação de qualidade. É um exemplo de que vale à pena lutar!
Raphaella Mendes, Belo Horizonte