Os Subterrâneos da Liberdade é uma trilogia de Jorge Amado narrada com toda a graça, leveza e poesia características desse importante escritor brasileiro. A partir do golpe da ditadura do Estado Novo Jorge Amado retrata a resistência ao governo fascista de Getúlio Vargas e segue até 1957, ano de conclusão da obra.
Vários personagens compõem a trama, que trata desde o drama particular de Mariana em suas tarefas diárias do Partido, até Manoela e seu pensamento pequeno-burguês que a conduz a um mundo lindo, luxuoso e podre ao mesmo tempo. A greve dos estivadores de Santos, a solidariedade dos soldados duramente reprimida pela polícia, a questão do latifúndio (metaforizada em Venâncio Florival e na luta de José Gonçalo), a guerra dos republicanos contra os falangistas na Espanha, que conta com a participação de comunistas de diversos partidos do mundo, são temas abordados no livro.
O Partido Comunista Brasileiro da época é retratado em sua combatividade, sua determinação pela luta diária, pela elevação da consciência, pelas conquistas diárias que conduzem ao caminho da libertação do povo – e lembra muito a luta atual do Partido Comunista Revolucionário. A obra esclarece várias situações da militância, fortalecendo a determinação revolucionária de se lutar para conquistar um mundo novo sem exploração e injustiças.
“Metida tenho a mão na consciência / e não falo senão verdades puras / que me ensinou a viva experiência”: é com tal epígrafe de Camões que Jorge Amado inicia essa emocionante história, que mostra uma face pouco conhecida do povo brasileiro: a face da coragem e da luta.
(Mariana Mendes é estudante de Geografia da UFSCAR, Sorocaba, São Paulo)