Com a participação de estudantes, sem-teto, professoras e, enfim, de mulheres em busca de uma sociedade de igualdade de direitos, foi organizado na cidade paraibana de Patos, o Movimento de Mulheres Olga Benário. O movimento já existe em diversos Estados do Brasil e no ano passado enviou representantes à Conferência Mundial de Mulheres de Base, em Caracas, onde foram definidas estratégias para o avanço da organização das mulheres.
Os dados da discriminação e violência contra as mulheres são alarmantes. Estima-se que, no Brasil, a cada dois minutos cinco mulheres são agredidas e que seis em cada 10 brasileiros conhecem alguma mulher que foi vítima de violência doméstica. As mulheres buscam se organizar não só para enfrentar a violência, como também para lutar contra a falta de espaço em setores da sociedade que as discrimina – principalmente as mulheres pobres.
A homenagem a Olga Benário na criação do Movimento de Mulheres constitui mais uma a oportunidade de a sociedade conhecer essa notável revolucionária – em todos os sentidos da palavra. Olga Benário Prestes foi uma jovem militante comunista alemã, de origem judaica, deportada para a Alemanha durante o governo de Getúlio Vargas, sendo lá executada pelo regime nazista, numa câmara de gás de um campo de concentração. Sua história é narrada no célebre livro Olga, de Fernando Morais, que originou o filme de nome idêntico, lançado em 2004.
Gerluzia Vieira