De dois em dois anos, o Ministério de Educação Superior de Cuba organiza o Congresso Internacional de Educação Superior, já na sua 8ª edição. Nesse ano, o Congresso contou com a participação de cerca de quatro mil delegados de mais de cinquenta países.
Com o tema “A Universidade e o Desenvolvimento Sustentável”, o Congresso foi implacável ao afirmar que não existe sustentabilidade com o modo de produção capitalista. As grandes mudanças climáticas e seus impactos sociais e ambientais têm sua origem na ganância e anarquia da produção capitalista.
Esse quadro se agrava na conjuntura da crise que assola o capitalismo desde 2008. Essa grande Crise, já comparada com a de 1929 em suas dimensões e impactos, não é só uma crise econômica, como também uma crise ambiental, energética e política. A resposta que os governos burgueses estão dando segue uma cartilha conservadora. Cortes em investimentos sociais, retirada de direitos trabalhistas, perseguição a lideranças populares, repressão, guerras de pilhagem, etc. O acirramento da luta de classes também tem despertado vários povos em todos os continentes e um novo canto de esperança e rebeldia tem sido lançado.
Nesse sentido, as universidades têm de se enquadrar nesse novo momento histórico e parar de ser uma instância de formação de quadros para a reprodução e sobrevida do caduco sistema capitalista, passando a ser um ponto de ebulição social e consciência crítica. “Centenas e milhares de teses são feitas todos os anos nas universidades para tagarelar sobre o fim do socialismo da União Soviética. Se contentam em repetir sua versão viciada da história e tentar estigmatizar os heróicos 70 anos de Socialismo naquele país. E pouquíssimas teses são feitas para denunciar os 500 anos de fracasso do Sistema capitalista em todo o mundo! Sistema que nunca respondeu às questões mais básicas da Humanidade como a fome, o analfabetismo, a saúde, etc. As universidades têm de se tornar uma trincheira de crítica das mazelas da sociedade vigente, uma trincheira de pesquisa para solucionar as grandes contradições sociais e aperfeiçoar a construção da democracia popular, uma trincheira de extensão e câmbio do conhecimento acadêmico com a experiência do povo e a rebeldia dos movimentos populares”, afirmou Miguel Díaz, Ministro de Educação Superior de Cuba.
A destacada participação dos jovens do Partido Comunista Revolucionário do Brasil foi muito forte e elogiada, pautando a unidade dos revolucionários, dos movimentos populares, das organizações sindicais e estudantis da America Latina e de todo o Mundo para dar uma resposta firme frente aos efeitos da crise que os capitalistas tentam nos empurrar, e avançar a luta pela Revolução Socialista.
O próximo Congresso Internacional de Educação Superior já foi convocado para o ano de 2014 com o tema “A Universidade e a Responsabilidade Social” e desde já nos organizaremos para uma intervenção ainda mais qualificada e rebelde.
Matheus Malta, Diretor de Relações Internacionais da UNE e militante da UJR