Os metalúrgicos alemães iniciaram um processo de luta em todo o país através da realização de greves em massa durante as próximas semanas por aumentos salariais dignos, rejeitando as propostas patronais consideradas “provocatórias”.
“Exigimos uma proposta que leve a sério os trabalhadores e o seu trabalho”, declarou Berthold Huber, presidente do poderoso sindicato IG Metall, que aglutina 3,5 milhões de trabalhadores do setor metalúrgico.
Os trabalhadores exigem aumentos salariais de 6,5 por cento enquanto o patronato contrapõe três por cento em 14 meses, atitude que os dirigentes sindicais consideram “provocatória”. Os salários alemães estiveram praticamente congelados durante a última década e os trabalhadores consideram que é chegada a hora de começarem a recuperar o poder de compra perdido. A política econômica e social do governo Merkel, na sequência de reformas trabalhistas de índole neoliberal anteriormente lançadas pela coligação SPD/Verdes, tem provocado desigualdades cada vez mais profundas na sociedade alemã.
As greves foram lançadas no sábado passado e a intensificação da luta corresponde à insatisfação do sindicato com o andamento das negociações que já estão na terceira rodada.
As ações de protesto já realizadas, e que registaram adesões em massa, afetaram e afetam a produção nos maiores grupos industriais alemães, alguns de envergadura mundial como são os casos do ThyssenKrupp, Bosch, Continental, MAN, Siemens, entre outros.
A luta dos metalúrgicos segue-se à dos trabalhadores da administração pública, que realizaram numerosas greves ao longo de semanas e alcançaram aumentos salariais de 6,5 por cento em dois anos.
O frente-a-frente entre o patronato e os metalúrgicos é acompanhado com interesse por toda a sociedade alemã uma vez que o peso do setor pode influenciar todas as outras negociações salariais que venham a ser estabelecidas.
Fonte: BE Internacional