As famílias da Vila Esperança, no município paulista de São Bernardo do Campo, não aguentando mais as péssimas condições da saúde pública, realizaram uma passeata no dia 11 de agosto, reivindicando a construção de uma Unidade Básica de Saúde (UBS) no bairro. Com bandeiras, cartazes, apitos, faixas e carro de som os moradores ocuparam a principal avenida da região, em mais um dos atos organizados pelos moradores em conjunto com o MLB (Movimento de Lutas nos Bairros, Vilas e Favelas) e a ONG Reduto Social. Após a concentração no centro da Vila Esperança, as famílias deram início à passeata, que começou com muita agitação. Os moradores percorreram a principal avenida do bairro até chegar a Vila São Pedro, um bairro vizinho, e em frente à UPA (Unidade de Pronto Atendimento) de lá, realizaram um ato, com falas e palavras de ordem em favor da construção de uma UBS em um terreno da Vila Esperança que se encontra abandonado pela Prefeitura de São Bernardo. Durante o ato, os organizadores do movimento protocolaram um documento, o relatório da proposta de reivindicação, na UPA, que ficou encarregada de enviá-lo à Secretaria de Saúde do município.
Os moradores dessa região sofrem toda vez que precisam utilizar a UBS do bairro vizinho, pois além de a Unidade de Saúde ser distante do local em que eles residem, o posto atende a cinco bairros, tendo que dar suporte para uma demanda de mais de 100.000 habitantes, gerando vários problemas para a população. Um exemplo: a demora de mais de três meses para o retorno de uma consulta agendada. A prefeitura de São Bernardo está executando várias obras nos bairros de classe média e no Centro da cidade, porém nos locais à margem da cidade as coisas demoram, como sempre, para acontecer, e as pessoas desses lugares penam com as migalhas das políticas públicas de baixa qualidade. Um fato incoerente é que a prefeitura pretende construir uma UBS em um bairro de classe média, distante do local dessas famílias, afirmando que irá resolver esse problema da altíssima demanda, mas tem resistência em atender à reivindicação da população periférica. Ao final da passeata, os moradores elegeram uma coordenação para continuar o movimento.
Geovane Barbosa Santos, membro do MLB e da ONG Reduto Social