A Reitoria da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) vem desrespeitando o direito constitucional à greve, assegurado a qualquer trabalhador. Servidores da Uerj estão em greve desde junho, devido às reivindicações por parte dos docentes à dedicação exclusiva, juntamente com um reajuste salarial de 22%. Com a dedicação exclusiva, os professores se dedicariam bem mais à universidade, trazendo mais qualidade ao ensino, à pesquisa e à extensão. Já os funcionários exigem a reformulação do Plano de Carreira e a manutenção do triênio. Os estudantes, que apoiam o movimento, exigem mais verbas para a assistência estudantil.
Reitor viola a autonomia universitária
Agora, com a greve, o Sindicato dos Trabalhadores das Universidades Públicas do Rio de Janeiro (Sintuperj) a Associação dos Docentes da Uerj (Asduerj) e DCE realizaram uma ocupação na Reitoria para forçar a negociação. A Polícia já apareceu no campus para intimidar os grevistas e, após o episódio, o reitor Ricardo Vieiralves solicitou à Justiça (e foi acatado) que impedisse qualquer manifestação dentro da universidade, inclusive, levando-o a permitir a presença de dezenas de policiais disfarçados nas dependências da instituição.
“As entidades estão proibidas de circular no corredor da Reitoria e não se pode fazer nenhuma manifestação no interior da universidade”, afirmou Regina. Vieiralves age contra a sua autoridade essencial, que seria garantir a autonomia da universidade. A presença da Polícia na universidade, sem que tenha havido qualquer crime, é uma afronta à democracia e ao direito à livre manifestação de expressão e de greve dos trabalhadores e estudantes.
O governador Sérgio Cabral e o reitor se recusam a negociar, pois sabem que não têm nenhuma resposta plausível para dar. O orçamento do Estado do Rio de Janeiro nunca esteve tão alto (R$ 64 bilhões) e, portanto, não há falta de dinheiro.
Queremos negociar, pois queremos uma melhor Uerj para toda a comunidade universitária!
Redação Rio