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segunda-feira, 30 de dezembro de 2024

O samba brilha

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Nascido e criado no Rio de Janeiro, Marcos André da Silva, presidente e mestre de bateria do bloco Samba Brilha e membro do Círculo Palmarino, organização nacional do movimento negro na luta contra o racismo e pelos direitos civis, conhece as ruelas, os morros, os bairros do subúrbio e zona sul por onde o samba, com  suas rodas, seus batuques e melodias, atravessam a cidade. O bloco surgiu no Centro do Rio, mais propriamente na Cinelândia, berço de manifestações políticas. Foi construído há seis anos com o objetivo de resgatar as lutas sindicais e populares e seus protagonistas.  Por ser um bloco que nasceu na escadaria de um botequim, num local onde as passeatas por melhores salários e uma vida digna estiveram sempre presentes no calendário histórico da cidade, criou-se a perspectiva de que esse bloco apresentasse, em seus enredos, letras e músicas, reivindicações políticas pelos partidos de esquerda do Rio de Janeiro e, com isso, resgatasse esse palco político e efervescente da Cinelândia.

 “Nós entendemos que a Cinelândia, por causa da sua história de ser um palco de luta dos movimentos sociais de muitos anos, desde a Passeata dos Cem Mil, da luta pela anistia, merece ser preservada e respeitada como patrimônio histórico e político. Por isso, o Samba Brilha está junto com todos que desejam preservar essa história”, afirma mestre Marco André.  O samba, na época da ditadura, foi um dos movimentos musicais mais reprimidos pelos órgãos de repressão. Compositores como Candeia, Noca da Portela e Beto Sem Braço, entre outros, compunham sambas de resistência e exaltavam a necessidade da libertação do povo. Sambas que retratavam questões sociais, a luta do povo por uma vida mais digna. “O samba tem que continuar brilhando. Ele representa o carro-chefe das diversas histórias cantadas nos enredos deste país” esclarece Marco André.

Depois de seis anos de bloco, foi necessário avançar nesse compromisso com a cultura popular. As rodas de samba hoje contam as histórias das diversas lutas do nosso povo. Essa atividade acontece no segundo sábado de cada mês. A primeira atividade aconteceu em março e teve como mote a homenagem às mulheres, no 8 de Março, Dia Internacional das Mulheres. Depois foi a vez do padroeiro dos trabalhadores e sambistas, São Jorge Guerreiro, quando a cor vermelha tomou conta do ambiente. Em maio, a classe trabalhadora teve sua vez, e o Primeiro de Maio foi saudado com muito samba referente às lutas dos trabalhadores.

Nesse ritmo, no mês de outubro a lembrança foi a luta dos professores e suas reivindicações. Também nesse mês, o Samba Brilha homenageou o grande compositor Luís Carlos da Vila, que completa cinco anos de sua morte física, pois seus sambas ficarão eternamente na memória de  todos os brasileiros. Quem não se lembra de Quizomba, samba-enredo que homenageou o herói Zumbi dos Palmares e a luta de libertação dos Quilombos?

A Verdade comparece sempre a essa roda de samba. Marcos André assim definiu a importância do jornal: “Nós entendemos que o jornal A Verdade é um veículo de comunicação do proletariado. Tenho o maior orgulho de ser contribuinte desse jornal. O Samba Brilha tem A Verdade como grande parceiro, nas questões culturais, nas questões políticas e nas questões raciais. Estamos propondo, que no mês de novembro, A Verdade seja o grande homenageado no Samba Brilha, no intuito de ajudar a fortalecer ainda mais esse veículo de comunicação que discute o povo brasileiro, a cultura brasileira, a raça negra, o socialismo e o samba”.

Denise Maia, Rio de Janeiro 

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1 COMENTÁRIO

  1. Meu amigo que lindo! O menino do Rio Comprido está ficando importante heim! rssssssssssss Parabéns pela matéria. Gostei. bjssssssssssss Anna Rocha

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