MLC exige a convocação dos concursados na Conferência de Saúde de Pernambuco

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Entre os dias 07 e 09 de outubro, ocorreu a etapa estadual da Conferência de Saúde em Pernambuco, no Centro de Convenções de Olinda.

A principal reivindicação do Movimento Luta de Classes (MLC) na Conferência foi a imediata convocação dos aprovados no concurso da Secretaria de Saúde, que apesar do elevado déficit de profissionais, continua sem previsão para o início da convocação dos aprovados.

A estimativa inicial era superior a 3 mil delegados eleitos nas 185 cidades de Pernambuco, porém menos da metade conseguiu transporte para se deslocar dos seus municípios até o local do evento. O MLC denunciou a manipulação dos espaços de controle social distribuindo panfletos durante o evento. Uma grande parte dos delegados manifestou seu apoio às denuncias.

Em meio a muita desorganização, o principal objetivo da conferência não foi atingido: deliberar as propostas para melhoria do Sistema Único de Saúde (SUS).

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Desorganização impede o controle social

Já durante o primeiro dia foi possível observar a intenção dos gestores em implodir os debates. Curiosamente, no consolidado de propostas encaminhadas pelas etapas municipais, não constavam as propostas aprovadas em Recife e Petrolina. Quando questionados sobre o ocorrido, a comissão organizadora disse, inicialmente, não conhecer o fato. Após seguidas denúncias de vários delegados, a comissão concordou que “houve uma falha na relatoria”, mas, ao invés de garantir a resolução do “mal entendido”, disse que nada poderia ser feito.

“Em Recife ficamos até as 22h no grupo de debate sobre o financiamento do SUS para barrar as propostas da gestão de aumentar o financiamento para as OSs e em defesa da convocação dos concursados, para pôr fim à terceirização. Aí, chega aqui e não vemos nossas propostas que foram aprovadas com muita luta! É uma palhaçada! Eles querem nos empurrar as propostas deles de todo jeito, ficam manipulando as votações e acabando com o debate”, denunciou um trabalhador eleito delegado na Conferência Municipal de Recife.

No segundo dia várias pessoas passaram mal após o almoço. Após receber muitas denúncias, a Vigilância Sanitária resolveu averiguar e o resultado foi a interdição da empresa fornecedora da comida servida no evento, o que aumentou ainda mais a insatisfação dos participantes.

Entre os vários grupos que se manifestaram, destacaram-se o movimento pela reforma psiquiátrica, que já na abertura realizou um protesto contra a internação compulsória, e o movimento indígena, que acusou a organização de excluí-los da Conferência ao impedir que os índios tivessem acesso ao aparelho de votação pelo fato deles não portarem cédula de identidade.

Os grupos de debates sobre os eixos temáticos não aconteceram. As resoluções para a etapa nacional foram aprovadas de forma atropelada, impedindo o debate e a participação dos delegados na construção das propostas, o que levou vários delegados a esvaziaram o local por não aceitarem a forma como a mesa conduzia a Conferência.

No final do terceiro dia foram eleitos os delegados para a etapa nacional, que acontecerá em Brasília, entre os dias 1º e 4 de dezembro de 2015, onde prosseguiremos exigindo melhorias e mais investimentos públicos para assegurar um SUS universal, gratuito e de qualidade.

Redação PE