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sexta-feira, 15 de novembro de 2024

PT e PCdoB se coligaram com a direita em duas mil cidades

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aliancas-pt-2016Apesar do processo de impeachment que retirou Dilma Rousseff da Presidência da República em agosto, PT e PCdoB não sentiram nenhum constrangimento em continuar de mãos dadas com os mesmos partidos de direita que promoveram o golpe e que agora compõem a base de apoio do Governo Temer.

Levantamento das coligações partidárias construídas para a disputa das últimas eleições municipais indica que em 1.683 cidades o PT compôs chapa no primeiro turno com pelo menos um dos três principais partidos defensores do impeachment (PMDB, PSDB e DEM). Somente com o PMDB, foram fechadas alianças em 648 cidades. Ao todo, o PT esteve presente em quase 30% das coligações que apoiaram candidatos do partido de Michel Temer.

Já o PCdoB se coligou com PMDB, PSDB ou DEM em 748 cidades. Nem mesmo os partidos que hoje ocupam postos no primeiro escalão do atual governo chegaram a tanto. O DEM, por exemplo, participou de menos de 27% das coligações que apoiavam o PMDB, enquanto o PSDB compôs chapa com os peemedebistas em 589 cidades. O levantamento não considera as coligações realizadas com outros partidos apoiadores do golpe como o PP, PPS, PTB, PSC e Solidariedade, caso contrário os números seriam ainda mais vergonhosos.

“Diga-me com quem andas…”

É importante lembrar que não há nenhuma lei que obrigue o PT e o PCdoB a se aliarem nas eleições com partidos de direita, que nada mais são do que porta-vozes dos interesses dos capitalistas no Parlamento.

Para justificar tais alianças, seus dirigentes argumentam que, sem elas, não é possível eleger grandes bancadas de parlamentares, prefeitos, governadores e até mesmo o presidente da República. Mas a vida tem mostrado o contrário: que não vale a pena vencer uma eleição abrindo mão dos próprios princípios e se misturando a gente como Sarney, Renan Calheiros, Jader Barbalho, Maluf, Kassab e Kátia Abreu.

De fato, estas alianças comprovam que, tanto PT quanto PCdoB, em vez de fortalecerem a educação política das massas e as mobilizações de rua, preferiram, mais uma vez, o caminho das articulações, acordos e concessões. Nas eleições, substituíram os militantes pelos cabos eleitorais pagos; a campanha de rua pelos marqueteiros contratados a peso de ouro; a denúncia das péssimas condições de vida do povo pela propaganda mentirosa de que é possível acabar com a fome e o desemprego no capitalismo.

Tamanha contradição entre o discurso contra o golpe e a prática permitiu um número tão expressivo de alianças com partidos “golpistas”, além de ser uma traição aos milhões de pessoas que foram às ruas lutar contra o impeachment.

Heron Barroso, Rio de Janeiro

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