O jornal A Verdade está organizando uma biblioteca popular no estado do Piauí na capital Teresina voltada à formação político-cultural da juventude e dos trabalhadores, tendo em vista a carência da prática da leitura associada à grande oferta de informações fúteis contidas nas redes sócias e programas de televisão.
A biblioteca será construída através de doações de livros, estantes e apoios financeiros. A Associação Municipal dos Estudantes Secundaristas de Teresina (Ames) cedeu uma sala de sua sede para a biblioteca e vários assinantes e apoiadores já começam a fazer doações.
A biblioteca terá o nome Biblioteca Popular Esperança Garcia, em homenagem a uma escrava que se destacou por ter sido corajosa a ponto de escrever uma petição ao presidente da província de São João do Piauí, denunciando os maus-tratos físicos de que era vítima, ela e seu filho, por parte do feitor da fazenda. Segundo o pesquisador e historiador Luiz Mott em 1979, “trata-se do documento mais antigo de reivindicação de uma escrava a uma autoridade”.
A biblioteca terá este nome como forma de fortalecer a memória de uma mulher, negra, escrava que não se intimidou e denunciou as injustiças e agressões, além de representar um exemplo de superação e esforço, onde aprendeu a ler e escrever numa época onde não era autorizado ao negro saber ler.
Esperança Garcia é um nome que se identifica com o objetivo da biblioteca em resgatar a história de lutas do povo contra as injustiças e opressões.
Como bem dizia o poeta Castro Alves, “bendito aquele que semeia livros e faz o povo pensar”.
Alexandre Ferreira e Camila Áurea, Teresina