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sexta-feira, 22 de novembro de 2024

Trabalhadoras sofrem assédio sexual em fábrica da Coca-Cola

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Trabalhadoras e trabalhadores da Coca-Cola em Teresina, mobilizados pelo SindBebidas, realizaram um ato na porta da empresa para denunciar os casos de assédio moral e sexual. O Movimento de Mulheres Olga Benario, o Movimento Luta de Classes e a Unidade Popular estiveram presentes prestando solidariedade.

A Verdade falou com duas vítimas que estavam presentes na manifestação. Uma delas é Ângela Araújo, que trabalha há cinco anos na produção e há dois anos vem sofrendo assédio sexual por parte do supervisor Joelson Coutinho. “Ele me pede para que eu seja sua amante. Quando estou na linha de produção, ele passa propositadamente por trás de mim para que haja contato físico. Ele era meu supervisor e eu não sabia como reagir, até que ficou insuportável e eu procurei o sindicato, fiz um B.O. e o caso agora está na Justiça”.

Eliane Coimbra, que está grávida de quatro meses e trabalha na empresa há 12 anos, é outra vítima do assédio. Eliane denunciou o coordenador de produção Ribamar Cardoso. “Depois que coloquei a Coca-Cola na Justiça por adquirir hérnia de disco, bursite nos ombros e quadril, por trabalhar mais de 10 horas por dia, passei a ser perseguida. Trabalho num local com o chão molhado, cheio de cacos de vidro e exposta à luz forte, onde fazemos a inspeção das garrafas. O médico da empresa não deu atestado para que eu fosse para outro setor. Ele achou que eu e meu bebê não estávamos sujeitos a riscos”.

No caso das trabalhadoras Eliane e Ângela, a empresa não se posicionou, manteve o agressor sexual no seu cargo e trocou o setor de Ângela. No dia da manifestação, tentando fugir do ato na porta do estacionamento da Coca-Cola, o abusador passou com o carro no meio dos manifestantes e arrastou por cerca de 200 metros uma militante do Movimento Olga Benario em cima do capô do carro e só parou depois que seu carro foi cercado.

Além dos trabalhadores e trabalhadoras serem submetidos a altas jornadas de trabalho e baixos salários, passam por assédios moral e sexual, sem que os agressores sejam punidos e transferindo a responsabilidade e penalidade às vítimas, mostrando a face cruel dos capitalistas, que só estão preocupados com os lucros. A resposta de Ângela, Eliane, do sindicato e dos movimentos deve servir de exemplo. Os capitalistas e os capachos abusadores precisam pagar pelos seus crimes.

Camila Áurea, Teresina

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