Ocorreu, no último dia 14 de março, em João Pessoa, o 1º Encontro das Trabalhadoras da Limpeza Urbana, organizado em parceria pelo Movimento de Mulheres Olga Benario e o Sindicato dos Trabalhadores da Limpeza Urbana da Paraíba (SINDLIMP-PB).
Na abertura da atividade, o presidente do sindicato, Radamés Cândido, falou da importância histórica do dia 8 de Março para as trabalhadoras e que todos os direitos foram conquistados por muita luta das mulheres.
Em seguida, Vitória Ohara, presidente da Associação Paraibana dos Estudantes (APES) afirmou que “vivemos numa conjuntura de muitos retrocessos nos direitos das trabalhadoras e dos trabalhadores, e que, neste cenário, devemos lutar para construir o poder popular para mudar essa realidade”.
As trabalhadoras relataram que têm uma jornada de trabalho exaustiva, debaixo de sol a sol, e que algumas não têm direito a banheiro químico e nem água nos trechos onde fazem a limpeza diária na cidade. As principais reivindicações colocadas por elas, foram: aumento salarial; aumento do vale-alimentação; banheiro químico e água nos trechos; direito à moradia digna; pelo fim dos assédios no local de trabalho; contratação de mais mulheres na limpeza urbana; por mais mulheres na política.
“Minha vida não é nada fácil. Sou mãe e pai de duas meninas. A única renda que tenho é este salário mínimo para criar meus filhos e pagar o aluguel, gás de cozinha, feira, energia, água. Mas já sofri muito nesta vida, pois vivi cinco anos no casamento de muita violência, já tive meu rosto desfigurado, fiquei sem dentes, quase vi a morte perto de mim, mas denunciei e consegui sair desse relacionamento. Mas estou aqui firme e forte na luta”, disse a trabalhadora Andréia.
No encontro foi realizado o lançamento da cartilha do Movimento de Mulheres Olga Benario, inclusive com a leitura de textos sobre a origem da opressão da mulher e sobre a violência doméstica. Muitas mulheres falaram sobre sua situação na vida e a superação de ser trabalhadora e mãe numa categoria muitas vezes discriminada pela sociedade capitalista.
Claudiane Lopes, da Coordenação Nacional do Movimento de Mulheres Olga Benario