O Brasil é o país que mais mata lésbicas, gays, bissexuais, transexuais e transgêneros no mundo. Segundo o Grupo Gay Bahia, de 2016 a 2017, o número de assassinatos de LGBT cresceram 30%, sendo a maioria vítimas de morte por armas de fogo e na rua.
Partindo desse relatório, devemos falar sobre o projeto político que esteve em disputa no último cenário eleitoral. De um lado, um projeto reacionário, de outro lado, um projeto que busca o fim da violência no Brasil através do porte de armas para todos os cidadãos (que assim puderem adquirir esse bem material), fazendo a defesa de um discurso retrógrado de que cada pessoa deve ter a condição de poder se auto proteger.
Com o resultado dessas eleições, com a vitória de Bolsonaro (PSL), esse discurso em relação ao porte de armas pode passar a se tornar real na vida da população brasileira. O resultado disso pode prejudicar a todos, uma vez que não vemos como alternativa na atual conjuntura, o porte de armas para cidadão comum como uma opção inteligente para combater a violência extrema no Brasil. Mas, como evidenciado na pesquisa acima, os LGBTs são a população que mais morre por arma de fogo. O que isso significa?
Podemos estar sofrendo sérias ameaças de morte com um projeto de armamento sendo aprovado pelo Senado. Os LGBTs não têm todos seus direitos garantidos, ainda falta muito avanço para que essa população tenha garantidos os direitos à educação, saúde, assistência e previdência social. Há falhas em toda rede de políticas públicas no tocante a essa população. Pode ser no julgamento, falta de conhecimento por parte dos servidores da área da saúde, que ainda não sabem como proceder com a identidade social (nome social) da população transexual, ou nos médicos ginecologistas que não sabem como lidar com a sexualidade de homens gays e mulheres lésbicas ou bissexuais.
São tantas pautas que deveríamos estar discutindo no avanço dessas questões, mas nesse momento, devido a atual conjuntura, devemos organizar a população LGBT para lutar e resistir contra todos os retrocessos, garantir que essa população esteja organizada e combativa, pois assim como as mulheres e a população negra, os LGBTs são a população que mais será atingida pelo governo de Bolsonaro, que assinou um acordo ainda no período de campanha eleitoral para barrar os avanços da luta LGBT e diz preferir um filho morto do que homossexual, que difundiu em sua campanha a mentira do Kit Gay nas escolas e fez diversos discursos de ódio contra as minorias. Brenda Gerardi, Passo Fundo – RS