Augusto César
Foto: Reprodução
Desde 1960, Cuba sofre com um bloqueio econômico financeiro e comercial imposto pelos Estados Unidos, bloqueio esse que é responsável por um prejuízo de mais de 1 trilhão de dólares. Desde que foi implantado, o bloqueio vem gerando grandes limitações financeiras, prejudicando o desenvolvimento do país e até mesmo o seu sistema de saúde, que sofre com falta de equipamentos médicos. Mesmo assim, Cuba se mantém entre um dos países mais solidários do mundo.
Apesar das restrições e limitações impostas pelo bloqueio, a maior ilha do Caribe mostra que não importam as condições e os ataques que sofrem, o companheirismo e a solidariedade com os povos e países necessitados pode prevalecer.
Em meio à situação de instabilidade e medo gerada pela pandemia global do Coronavírus (Sars-Cov-2), Cuba, apesar de suas dificuldades econômicas, mantém sua prática adotada desde a Revolução em 1959, a diplomacia médica. Essa prática consiste no envio de profissionais da saúde para regiões que possuem necessidade, não importando o isolamento dessas regiões ou a gravidade da situação, a questão relevante é salvar vidas e ajudar a quem precisa.
A prática é orientada por alguns dos principais ensinamentos da Revolução Cubana: a solidariedade aos povos e o internacionalismo, aliados ao desejo de salvar e cuidar da humanidade.
Motivada por estes ideais, Cuba no momento atual pratica a diplomacia médica enviando brigadas com diversos profissionais e especialistas na área da saúde com o objetivo de combater a COVID-19 em diversos países, entre eles Venezuela, Nicarágua, Granada, Jamaica e Itália. Essa atitude adotada por Cuba nós traz uma grande reflexão: Do que vale a riqueza e o desenvolvimento se não são usados para salvar vidas e ajudar os mais necessitados?
Para muitos, a riqueza e o desenvolvimento possuem apenas a finalidade de usufruto individual, porém em Cuba o desejo de manter vivo os ideais da Revolução Cubana fazem com que a população busque novos valores. Valores estes que acreditam que o desenvolvimento do país deve ser destinado a auxiliar e contribuir para o bem-estar da humanidade, principalmente, dos mais necessitados. Mais do que pensar em lucros exacerbados, é necessário pensar e agir para garantir os “direitos da humanidade, direito à vida para aqueles que morrem de doenças curáveis por todo o mundo ou morrem devido à falta de assistência médica, direito à alimentação para aqueles que por todo o mundo não possuem um pedaço de pão” – Fidel Castro, 1960.
Portanto, mesmo em meio à pandemia, Cuba busca manter vivos os ideais da Revolução de companheirismo e humanidade e por meio deles indica que o caminho para se combater tamanha adversidade é o aumento da solidariedade. Cada pessoa e país deve contribuir com o que estiver em seu alcance, seja doações de roupas, fornecimento de médicos, auxílio financeiro, realizar o isolamento social, entre outras medidas.
Para encarar este desafio é necessária unidade nas ações e cooperação entre a população cumprindo a quarentena, o Estado fornecendo condições para que os necessitados também o façam. Por fim, os países se apoiando e colaborando entre si.
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Fontes:
http://www.granma.cu/cuba/2020-03-25/medicos-y-no-bombas-25-03-2020-22-03-54
http://www.granma.cu/cuba-covid-19/2020-03-25/cuba-ensancha-cada-vez-su-talla-solidaria-25-03-2020-23-03-09
https://averdade.org.br/2019/11/brasil-vota-a-favor-do-embargo-economico-a-cuba/
https://www.jb.com.br/internacional/2020/03/1022912-cuba-envia-medicos-a-italia-enquanto-se-prepara-para-combater-coronavirus-em-casa.html
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