As fraudulentas privatizações durante o governo de FHC continuam impunes. Prova disso é como a Vale do Rio Doce, hoje VALE, foi vendida por 5% do seu valor real. E atualmente é gerida sem quaisquer escrúpulos e assassinando seres humanos. Em todos os setores, foram entregues bilhões em riquezas nacionais, realizadas com compra de votos no Congresso Nacional e reduzindo arrecadação de receitas pelo Estado.
Todas essas empresas foram saneadas antes de serem vendidas. Ou seja, as dívidas ficaram com o governo e os ativos foram transferidos para consórcios capitalistas. Naquele período, fruto da pressão popular, algumas estatais conseguiram ser mantidas: CAIXA, BANCO DO BRASIL, PETROBRAS, dentre outras. Agora, depois de 2 décadas daqueles crimes, o governo fascista da Bolsonaro e Guedes, atacam nossa pátria e aceleram a entrega desses patrimônios do povo brasileiro.
É fato é que de lá para cá, os sucessivos governos, incluindo os petistas, transformaram essas empresas em ‘estatais competitivas’. Em outras palavras, venderam grande parte dos ativos ao mercado, reduzindo sua intervenção nas decisões e ampliando a participação dos grandes empresários nacionais e internacionais nos conselhos de administração. O BB, terceiro maior banco do país, que detém a maior carteira de previdência da América Latina, a BRASILPREV, vem sofrendo esse processo.
Em 2019 fez uma Oferta Pública de Ações que reduziu a participação do Estado: hoje apenas 50,1% das ações lhe pertence, apenas para garantir a indicação do presidente da instituição. Durante os últimos 15 anos utilizou-se o capital da empresa para investimento em outras companhias como a SET BRASIL, a Oi, dentre outras. Mais recentemente, o BB vendeu a participação que tinha na resseguradora IRB Brasil e na Neoenergia; vendeu a maior parte da BB Seguridade (empresa de Seguros), anunciou acordo para privatizar o BB Banco de Investimentos e avisou que venderá a BB DTVM (empresa responsável pela administração dos ativos que o Banco detém de outras empresas), e o BB Américas (banco que opera principalmente nos EUA). Ou seja, uma privatização a conta-gotas.
Mesmo assim, não basta. Com claros interesses de negócios, o sr. Paulo Guedes e o presidente da empresa Rubem Novaes, durante reunião ministerial no dia 22 de abril, trocaram afagos e concordaram em acelerar a privatização total. O ministro da Economia, afirmou na ocasião, que o BB está pronto para ser vendido e disse ainda: “Tem que vender a porra do Banco do Brasil logo”. Em outro momento, durante uma viagem aos EUA, Guedes ofereceu ao Bank of America a aquisição do BB.
Tem apoio do próprio Rubem Novaes. Não é de se admirar, o presidente do BB é um dos mais radicais defensores de Bolsonaro. Tanto que endossa todo o discurso reacionário do chefe do Executivo. Não é só: a fidelidade de Novaes a Bolsonaro é tão canina, que o filho 02 do presidente, o vereador Carlos, obrigou a instituição a voltar a anunciar em sites especializados em espalhar fake news. Ao ser denunciado, o BB suspendeu as propagandas, mas Carlos fez o banco recuar.
Na manhã da segunda após a revelação do vídeo da reunião de aloprados, a Bolsa de Valores de São Paulo operou em alta com a especulação de rapina e as ações do BB subiram com a expectativa de venda da empresa.
A privatização do Banco do Brasil só favorece aos acionistas, banqueiros e especuladores nacionais e internacionais. Aos trabalhadores, demissões em massa, perda de direitos, piora nas condições de trabalho, mais estresse. Ao povo brasileiro restará um sistema ainda mais concentrado, nas mãos de pouquíssimas famílias.
Hoje apenas 5 bancos controlam 87% dos depósitos dos mais de 210 milhões de pessoas. Resultado disso: em 2019, até setembro, os 5 maiores bancos tinham lucrado R$ 59,7 bilhões, praticamente 60% de tudo que o governo gastou com a educação para toda a população brasileira. Com a venda, isso piorará. Taxas de juros ainda maiores e sem o fortalecimento do crédito popular. Enfim, resta aos verdadeiros patriotas desse país resistir a mais esse crime preparado pelos fascistas de plantão. Não há dúvida de que haverá resistência. Sempre.
Redação Ceará