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domingo, 22 de dezembro de 2024

Quem é Renato Feder?

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FOTO: Associação dos Professores do Paraná

André Molinari

BRASIL – Para substituir o fascista problemático e incompetente A. Weintraub, e buscando se blindar do Impeachment, Jair Bolsonaro sonda o atual secretário de educação do Paraná: Renato Feder.

O novo ‘noivo’ do governo de banqueiros e empresários de Bolsonaro já tenta limpar o plano político para entrar ‘livre, leve e solto’ em seu cargo. Fato é que há algum tempo atrás Feder defendia a privatização da educação e entrega de vouchers (um tipo de cupom/vale) para as famílias colocarem seus filhos em escolas particulares, postura que recentemente “renunciou”.

Em 2007 o graduado em Economia pela Universidade de São Paulo (USP) lançou um livro, ou melhor, gritou delírios aos papéis e os intitulou de “Carregando o Elefante”. A peça curiosa de remendos de ‘frases de efeito’ e ‘jargões’ trás em seu início uma página de frases que vão desde Ronald Reagan à Margareth Thatcher, ambos inimigos declarados do povo trabalhador em seus países e que promoveram enormes atrasos e miséria.

O subtítulo é: “como se livrar das amarras que impedem os brasileiros de decolar”. “Criativo” trocadilho com o “Elefante”, o livro busca atribuir diversos problemas ao suposto “peso” do Estado brasileiro. Velho pregado liberal que reclama o “Custo Brasil” e, em delírios que deixariam o próprio Fernando Henrique Cardoso estarrecido, ele propõe amplas privatizações, como o visto no caso da educação (algo que Feder nem precisa se preocupar já que o Paulo Guedes está empenhado em desmontar peça por peça do patrimônio do povo brasileiro e entregar para os banqueiros).

O homem perfeito para manter a linha de hambúrgueres idealizados por Bolsonaro, que depois de alegar que seu filho cozinhava hambúrgueres no EUA estava apto a ser embaixador arrumou um candidato que fez essa afirmação, para pleitear o MEC:

“As razões para privatizarem-se escolas e universidades são basicamente as mesmas já expostas: a iniciativa privada é intrinsecamente mais eficiente na gestão de qualquer coisa. Assim como é melhor que uma empresa privada frite hambúrgueres do que o governo, o mesmo ocorre no caso de uma escola” (Trecho do livro Carregando o Elefante).

A suposta “pesada máquina estatal brasileira” mostra agora que não tem recursos para a Educação, para a Saúde, para os trabalhadores e trabalhadoras, para nada exceto para os bancos que continuam se deliciando com metade do orçamento do Estado e recebem auxílios trilionários por qualquer “tropeço na pista”.

Ainda que, mudando da ‘água para o vinho’, agora afirme de que não há evidência empírica de que os vouchers ajudarão no aprendizado e de que acredita no potencial da educação pública, afirmando que não iria privatizar, terceirizar, nem fazer voucher. De promessas nada podemos esperar de quem flerta com a camarilha fascista. Uma pessoa que considera trabalhar para um capitão reformado que chama estudantes e professores de “idiotas úteis” e teceu ao longo de uma existência, infeliz, diversos ataques e ofensas contra inúmeros professores.

Deve-se considerar que o governo federal do miliciano milionário já sofreu diversas derrotas em seu programa da educação, desde a falida Carteirinha Digital (que custou mais de R$10 milhões em propaganda antes de ser invalidada), o projeto “Future-se” que foi largado para a obscuridade (enquanto remendado em outros na surdina: tática tucana que lembram às ‘habilidades de manobra’ de Geraldo Alckmin), o “Escola Sem Partido”, o Contingenciamento de Verba, o ENEM sem aulas e outras diversas derrotas.

A resistência dos estudantes, professores e outros setores aliados da sociedade garantiram a proteção da educação pública, colocando sérias e diversas derrotas ao plano de Weintraub e Bolsonaro para a educação.

É importante colocar aqui, já que muito se atribui a saída de Weintraub devido aos ataques promovidos contra o STF durante a reunião ministerial, o papel popular na derrota deste ministro.

Não passa de um enorme sectarismo desconsiderar o papel das massas populares na caída dele. O processo de desmoralização e enfraquecimento de Weintraub foi contínuo, vemos diversas outras ameaças ao STF e falas tão graves quanto que sequer tiveram encaminhamento rigoroso, sem contar com o passado anterior e posterior à reunião ministerial de ditos e feitos. Fato é que se dependesse da interpretação objetiva das leis escritas pelos parlamentares dos empresários, talvez restaria apenas um ou outro funcionário perdido dentro do governo federal hoje. As ofensas, corrupção, nepotismo, crimes de ódio, ameaças e posturas inconstitucionais poderiam formar uma coleção enciclopédica generosa. Mas o Judiciário, ou melhor, o Estado como um todo funciona para garantir a liberdade de explorar e oprimir dos mais ricos enquanto reprime e aquieta o mais pobres. Enquanto o Estado for um Estado dos capitalistas é e será assim.

Devemos continuar as mobilizações estudantis e de professores para barrar o atual processo de exclusão pelo Ensino à Distância, analisando cada espaço e cada singularidade das escolas e universidades. Porém, sem nunca, jamais, deixar nenhum estudante para trás. É uma obrigação do governo prover as necessidades para o momento. Assim, teremos como garantir o ensino e estudo de professores e estudantes sem que os mesmos estejam na liderança do planejamento para o ensino neste momento? Será possível evitar a evasão sem políticas de permanência e inclusão? Será possível garantir que as Universidades desempenhem seu papel científico fundamental sem recursos e sem amparo? Certamente que não. É louvável os avanços que as instituições públicas brasileiras de ensino e pesquisa realizaram sobre o constante “fogo dos canhões” fascistas e da austeridade.

O novo ministro da educação, sendo este Feder ou outro, deve se manter na linha pois as derrotas não irão parar de chegar ao governo fascista de Jair Bolsonaro. Enquanto houver injustiça o povo trabalhador e pobre brasileiro se erguerá e, com ele, toda uma nova sociedade irá brotar.

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