No último sábado, dia 12 de setembro, cerca de 140 estudantes, representando mais de 120 grêmios estudantis do ensino técnico de todo o país participaram de uma reunião online para discutir o corte previsto no orçamento da educação para 2021. A atividade, organizada pela Federação Nacional dos Estudantes em Ensino Técnico – FENET, contou também com a participação dos deputados federais Reginaldo Lopes (PT-MG) e Maria do Rosário (PT-RS), ambos coordenadores da Frente parlamentar em defesa dos Institutos Federais, da coordenadora geral do SINASEFE (Sindicato Nacional dos Servidores Federais da Educação Básica, Profissional e Tecnológica), Camila Marques e do professor Charles Okama, reitor do IFSudesteMG e coordenador da câmara de administração do CONIF (Conselho Nacional das Instituições da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica).
No início da atividade, os grêmios estudantis de 22 estados puderam ouvir os deputados falarem do cenário dos cortes e as perspectivas de luta para barrar esse retrocesso na câmara dos deputados. O professor Charles Okama, do CONIF apresentou aos estudantes os impactos dos cortes realizados nos últimos anos na Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica (Rede EPCT). Já a professora Camila, do SINASEFE trouxe a visão dos profissionais da educação sobre o momento que estamos passando e afirmou que diante do fascismo e de tantos retrocessos que estamos vivendo “[…] é tempo novamente da gente falar em socialismo. […] inclusive, o que derrota historicamente o fascismo, é o socialismo.”.
Após ouvir atentamente as falas dos convidados, dezenas de grêmios estudantis puderam opinar, falar da realidade de sua instituição e sobretudo, propor métodos de luta para barrar os cortes. Os estudantes do IFRN, IFSC e CEFET/RJ em especial falaram sobre a intervenção promovida por Bolsonaro que deu um golpe nas eleições para reitoria das instituições. Millene Barbosa, presidenta do Grêmio Estudantil Paulo Freire, do IFRN campus Natal Zona Norte afirmou “Já estamos há quase 6 meses vivendo sob intervenção e desde o início a gente não parou de lutar.”.
Ao fim da atividade, num clima de animação e combatividade, os grêmios estudantis aprovaram uma carta de convocação de uma ampla jornada de lutas contra os cortes de verbas que tem início com um grande ato nacional no próximo dia 17 de setembro. O documento reafirma a disposição de luta dos estudantes contra o absurdo corte de R$ 1.882 bilhão nas verbas discricionárias da educação e termina afirmando: “Chamamos os e as estudantes de todo o país a se somarem nessa luta em defesa do orçamento justo para a educação, organizando também atos simbólicos com faixas e cartazes nas nossas instituições.” (acesse o conteúdo da carta na íntegra em https://fenetbrasil.com/ )
A luta central da educação no próximo período precisa ser contra os cortes de verba. Só com uma ampla mobilização popular poderemos derrotar esse crime contra a educação pública brasileira e mais: derrubar o governo fascista de Jair Bolsonaro e construir em seu lugar um governo popular.
Coordenação geral da FENET