Cansados de calotes, professores da Universidade Metodista aprovam GREVE

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Redação São Paulo


Ato realizado contra o atraso dos salários em 2019. Foto: Israel Barbosa / SINPRO-ABC

SÃO PAULO – Indignados com o desrespeito, falta de pagamento dos salários e com as promessas de pagamento não cumpridas por parte da direção da Universidade Metodista de São Bernardo, os professores declararam que entrarão em greve a partir do dia 10 de fevereiro de 2021.

Na última quinta-feira (04), em assembleia geral online convocada pelo Sindicato dos Professores do Grande ABC (SINPRO-ABC), os professores da universidade decidiram por aprovar a greve, após muitas falas de revolta e indignação. Foram mais de 77% dos votos favoráveis à greve, o que demonstra uma grande adesão da categoria pelo caminho da luta para por fim as injustiças e calotes. 

Desde o dia 26 de novembro de 2020 os professores da Universidade Metodista estão em estado de greve e mantiveram assembleia em caráter permanente com os docentes. Desde então, o Sindicato tentou negociar com a direção da universidade, que não apresentou respostas para os problemas sofridos pelos trabalhadores.

“A situação é grave, os trabalhadores da universidade têm seus salários atrasados e reduzidos pela metade por dois anos seguidos, desde 2015 não é depositado o FGTS, para muitos funcionários nem o plano de saúde tem sido pago” explica um dos professores que não se identificou por medo de perseguições e demissões. É evidente para toda a categoria o descaso da direção da Universidade, assim, sem a garantia de que haverá no mínimo o pagamento correto dos vencimentos, os professores aprovaram a greve para por fim a situação no trabalho.

Os Diretores da Universidade responderam através de um documento emitido no dia 02 de fevereiro de 2021, em que apresenta dificuldades financeiras e responde às reinvindicações dizendo que será feito o pagamento de 65% dos valores dos salários a partir de fevereiro e 70% em março. Porem no documento a direção não responde se irá pagar o salário integral nos meses seguintes, nem se atenderão à pauta de reivindicações relacionadas aos atrasos, indicando para a categoria que não haverá negociação ou alternativa para o corte nos salários e falta de pagamento do convenio médico, mesmo em meio a pandemia do covid-19.

Não é a primeira vez que a Direção da Universidade deixa de pagar seus trabalhadores. Em 2019, após atrasos nos salários, os trabalhadores da universidade entraram em greve e saíram vitoriosos de imediato. Após a greve houve uma audiência no TRT (Tribunal Regional do Trabalho), em que a antiga direção se comprometeu formalmente com a quitação dos débitos atrasados. Porem, bastou passar os meses e os atrasos voltaram a acontecer, mesmo sobre audiência de conciliação na justiça.

Assim, após a Instituição, mais uma vez demonstrar desrespeito, intransigência e não apresentar formas concretas de pagar os débitos com os docentes, a solução foi novamente a união da categoria para lutar pelos seus direitos e construir a greve, paralisando os trabalhos até que seja atendida suas reivindicações.

Segue lista de reivindicações da categoria e card de convocação produzido pelo SINPRO-ABC:

  1. Pagamento integral do passivo trabalhista de 2019;
  2. Pagamento integral dos Salários pendentes desde maio de 2020;
  3. Pagamento da remuneração mensal integral, cumprimento das normas coletivas;
  4. Recolhimento dos depósitos do FGTS;
  5. Pagamento do 13° de 2020;
  6. Pagamento das Férias e do terço constitucional.
Arte de divulgação da aprovação da GREVE. Arte: Reprodução / SINPRO-ABC