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sexta-feira, 22 de novembro de 2024

Relato de um professor em meio à pandemia

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Alunos e professores da classe trabalhadora sofrem, como já é costume, com o descaso do Governo Federal do fascista Jair Bolsonaro. Desde o começo de seu “desgoverno”, a educação padece com cortes de orçamento e de bolsas de estudo, com precarizações e com a falta de incentivo para os trabalhadores, trabalhadoras e alunos.

Ainda no final do ano de 2020, o fascista Bolsonaro afirmou: “As aulas têm que voltar” e “A chance de pegar o vírus existe para todo mundo, mas uma quantidade, um percentual enorme, não atinge em nada as pessoas, nem aquela gripezinha ela pega”. Logo após essas declarações genocidas, os números de mortes e contágios do novo coronavírus explodiram e Bolsonaro continua a defender o retorno da classe trabalhadora às rotinas normais.

Seguindo o fascista Bolsonaro, em sua agenda neoliberal de privatizações e precarizações dos serviços públicos, no Estado de São Paulo os professores e alunos possuem outro inimigo, João Dória e seu governo do PSDB, que em seus “belos” discursos se apresentam como amigos do povo e inimigos de Bolsonaro. Na verdade, exercem também uma política assassina contra os trabalhadores e estudantes.

O Conselho Estadual de Educação aprovou uma diretriz que obriga que a carga horária mínima de aulas seja de 800 horas para o ensino fundamental e médio, sendo, no mínimo, um terço dessas horas realizadas de forma presencial. Aliado a isso, João Dória assinou um decreto que permite a reabertura das escolas em qualquer fase da pandemia, mesmo que as cidades estejam ainda na fase vermelha e o número de mortes não diminua. O calendário para a volta às aulas na rede estadual começa no dia 1º de fevereiro de 2021.

Por último, mas não menos revoltante, o descaso com a educação brasileira se mostra em todos os momentos deste governo. Mesmo após as manifestações de milhares de estudantes das escolas públicas para o adiamento do Enem, que garante vagas nas mais importantes universidades do país, a prova ocorreu nos dias 17 e 24 de janeiro.

Em entrevista coletiva, o ministro da Educação, Milton Ribeiro, informou que mais da metade dos inscritos no Enem 2020 faltaram às provas. Segundo o ministro, “a pandemia e o trabalho de mídia contrário ao Enem” foram os responsáveis pelo número recorde de ausentes.

Para Bolsonaro, Dória e Milton Ribeiro, não importam quantas famílias serão destruídas pelo coronavírus. Estes irresponsáveis querem, a todo custo, obrigar a classe trabalhadora e os estudantes pobres a se arriscarem pegando transportes públicos lotados e frequentando salas de aula cheias e sem ventilação. Isso é um verdadeiro plano de extermínio dos trabalhadores, trabalhadoras e estudantes!

Como professor e estudante, senti na pele o peso de ter que sair para trabalhar em meio à pandemia e ver familiares próximos contaminados e hospitalizados. Na hora em que alguém fica doente, onde estão Bolsonaro, Pazuello, Dória e companhia?

Para os ricos, tudo é mais fácil. Escolas bem preparadas, professores e alunos com acesso a computador, internet e bons planos de saúde. Os alunos das escolas mais caras têm preparação especial para a prova do Enem e acabam tomando a vaga que é de direito dos pobres, trabalhadores e trabalhadoras. Para nós, restam ônibus, salas de aula e hospitais lotados, professores e alunos correndo riscos todos os dias e o medo de se contaminar ou contaminar algum familiar.

Enquanto não nos unirmos para a luta, não há solução. Só o povo salva o povo!

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