Olga Benário em Pernambuco realiza debate sobre a gravidez na adolescência

195
Foto: Manu Rodrigues: Atividade do Movimento Olga Benario em Recife no dia 8 de Março

Dentro da programação, o Olga Benário em parceira com a União dos Estudantes Secundarista de Pernambuco (UESPE), realizou no dia 19/03 o debate e a apresentação virtual do novo material sobre “Os impactos da gravidez na adolescência”.

Março é o mês marcado para relembrar e reafirmar a luta das mulheres no mundo que lutam por direitos a na construção de uma sociedade mais humana, justa e solidária. Não diferente, nós, mulheres organizadas pelo Movimento de Mulheres Olga Benário, temos o mês de março como mês de lutas. Mesmo com a situação caótica da pandemia e a irresponsabilidade do governo fascista, temos que sair as ruas para defender nossas vidas e dos/as filhos/as. Por isto, o 8M foi marcado por debates, panfletagens, colagem e renomeação de ruas retirando nomes de ditadores e colocando em seu lugar nomes das heroínas do povo.

Dentro da programação, o Olga Benário em parceira com a União dos Estudantes Secundarista de Pernambuco UESPE, realizou no dia 19/03 o debate e a apresentação virtual do novo material sobre “Os impactos da gravidez na adolescência”.

O debate foi feito pelas Companheiras Alais Santos e Natalia Lúcia da Coordenação Estadual do Olga com a contribuição da Enfermeira da Cidade de Olinda PE, Ana Carolina que tratou de elementos técnicos e científicos no acolhimento das adolescentes nas Unidades de Saúde e também compartilhou sua experiência pessoal enquanto mãe adolescente. O debate rico e aprofundado teve participação de muitas jovens, professores/as e organizações sociais que lidam diretamente com as juventudes no Estado.

Vale destacar que no Brasil cerca de 400 mil crianças engravidam por ano. Muitas delas fruto de violência sexual/estupro. Mesmo sendo permitido por lei o direito ao aborto legal e seguro em casos de estupro e quando se coloca em risco a vida, essas crianças não tem acesso ao procedimento. Acaba que muitas dessas meninas, têm a infância interrompida, sonhos deixados de lado sem nenhum apoio do estado.

Outro dado tratado no debate é o abandono paterno e a saída da vida escolar. Foi destacado também que mesmo com o conhecimento dos métodos contraceptivos, não há uma campanha efetiva para o uso e a falta de educação sexual nas escolas reflete na desinformação junto com a iniciação precoce na vida sexual dos meninos e meninas, principalmente as/os mais pobres.

Dados levantados no material produzido pelo movimento deixam evidente a necessidade de educar para conscientizar e prevenir. Os corpos das crianças e adolescentes não estão preparados para a vida sexual, mesmo havendo uma campanha direta e indiretamente de objetificaçao dos corpos femininos e estímulos para que meninas/os iniciem a vida sexual ainda enquanto crianças. Destaca-se a pornografia como meio mais popular.

Coibir o debate da educação sexual, meios de prevenção de gravidez e os esclarecimentos enquanto desenvolvimentos dos corpos, esta ligado à prevenção e combate a violência sexual. Por isso, é necessário levar este material até as escolas para que assim estudantes, comunidade e meio escolar possam debater e assim defender os direitos das crianças/adolescentes, bem como, prevenir a gravidez precoce.

Redação – Recife PE.