Inteventor bolsonarista, Bulhões veta passaporte vacinal na UFRGS

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Foto: ASSUFRGS

Núcleo MLC – UFRGS

RIO GRANDE DO SUL – Em 2020, a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) sofreu com a intervenção do governo fascista de Jair Bolsonaro, quando foi nomeado à reitoria a chapa menos votada, Carlos Bulhões e Patrícia Pranke. Desde que tomou posse, o interventor já cometeu diversos atos autoritários, como uma reforma administrativa que não foi autorizada pelo órgão máximo da Universidade, o Conselho Universitário (CONSUN), que inclusive decidiu reverter a reforma, o que até hoje não foi feito. Bulhões também promoveu a expulsão de mais de 200 alunos cotistas, negou o direito à fala dos conselheiros no CONSUN e diversas vezes encerrou arbitrariamente as reuniões quando era contrariado.

O último ataque do interventor foi proibir a exigência de comprovação de vacinação, conhecido como passaporte vacinal, que foi inclusive aprovada pelo comitê de enfrentamento à pandemia da UFRGS. Isso é uma consequência do alinhamento com MEC e com o governo Bolsonaro, que desde o início da pandemia vem negando a Ciência e promovendo aglomerações, remédios sem eficácia e atrasando a vacinação até conseguir propina de 1 dólar por vacina.

O passaporte vacinal é uma demanda dos trabalhadores e estudantes, sendo aprovado por diversas assembleias locais e gerais, e que garante a segurança para o retorno, além de ser uma decisão política, que reforça a sobreposição da saúde coletiva sobre os supostos direitos individuais e a importância da vacinação e da Ciência para o combate à pandemia, como aponta o boletim Observatório Covid-19 de 01/10. Além disso, a decisão de exigir o passaporte vacinal distancia a instituição da política genocida do Governo Bolsonaro.

Frente a esses ataques, a única saída é a organização dos trabalhadores e estudantes para reverter essas medidas e derrubar a intervenção. O primeiro passo é a convocação de um CONSUN para derrubar essa medida do interventor e aprovar o passaporte vacinal. Esta será uma vitória política importante para fortalecer o movimento contra a intervenção. Para além disso, é fundamental aumentar a ocupação da Universidade, respeitando as medidas de segurança mais efetivas. Na UFRGS, está claro que o esvaziamento da Universidade favorece a intervenção, quando ações diretas muito recorrentes na luta universitária, como a ocupação de conselhos e da própria reitoria, se tornam impossíveis ou inócuas. Será impossível derrubar Bulhões através de reuniões virtuais, assim como é impossível derrubar Bolsonaro através de tuitaços. Precisamos ocupar as ruas, e isso inclui as Universidades. 

Ou nos organizamos para enfrentar esses ataques incessantes do governo fascista, tanto diretamente quanto por meio das intervenções, ou acabará a Universidade Pública como conhecemos hoje.