Sam Paz*
PORTO ALEGRE – No último dia 24/11 foi aprovado na câmara de Vereadores de Porto Alegre – RS o PL de Sebastião Melo (MDB) que restringe o direito ao meio-passe no transporte municipal, retirando esse direito de 8 dos 14 grupos que o usufruíam até então, incluindo professores e outros servidores, restringindo o acesso de estudantes a somente os que comprovarem baixa renda, dificultando o acesso a todos.
Esse PL é mais uma etapa do projeto de privatização do transporte em Porto Alegre, que passou também pela privatização da Carris, empresa de transporte mais antiga da cidade e que deixou de ser pública depois de mais de um século de serviços prestados. Também faz parte do projeto de Melo a retirada gradativa dos cobradores de ônibus.
Fica claro que Sebastião Melo representa a política de Bolsonaro na cidade, uma política privatista que levou à demissão de dezenas de trabalhadores e que impossibilita o acesso do povo pobre à cidade. Vale lembrar que Sebastião Melo também é responsável direto pelos ataques à Casa de Referência Mulheres Mirabal, que está sem luz há 3 meses por uma dívida que a prefeitura se nega a negociar.
É importante pontuar também o papel da social democracia nesse processo, que apostou no “diálogo” com vereadores da direita e do centro, agitando como uma “vitória” as mudanças que ocorreram no PL, como se a “suavização” dos ataques fosse motivo de comemoração. E no caso do PCdoB, abrindo mão de votar contra a aprovação desse projeto.
O caminho para barrar e reverter esse e outros ataques é a mobilização organizada, radical e de massas, que conquistou o direito ao meio passe, meia entrada estudantil, e em algumas cidades inclusive o passe livre para estudantes e outras categorias. Isso só é possível de ser construído em unidade consequente entre trabalhadores e estudantes e sem conciliar com aqueles que defendem uma política privatista e anti-povo.
*Militante do Movimento Correnteza e Secretária Geral da UEE-RS