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quinta-feira, 26 de dezembro de 2024

Violência policial em Salvador atinge majoritariamente jovens negros periféricos

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Recentemente o assassinato de três policiais no bairro de Águas Claras, em Salvador, causou uma situação de grande terror na população: Operações de revanche, violência policial e “toques de recolher”. Essas ações impactam na vida de milhares de pessoas trabalhadoras e inocentes, que não fazem parte desse sistema de guerra as drogas.

Danilo Boa Morte


SALVADOR. A realidade é que os maiores atingidos por essa política estadual de repressão pesada tem um perfil: Jovens negros periféricos. A partir da morte desses policiais, Wellington Santos Piedade, de 30 anos, hospitalizado, após ter sido atingindo por uma bala perdida na operação de revanche, foi executado dentro do hospital por homens encapuzados.

Essas situações não são recentes. Em 1996, na gestão estadual de Paulo Souto (antigo PFL, atual DEM), no bairro do Beiru (Tancredo Neves), foi realizada uma “operação especial” que em cerca de 1 mês assassinou mais de 20 jovens na região, destroçando diversas famílias e aterrorizando os moradores. As operações especiais não pararam, elas são repetidas diversas e diversas vezes em muitos outros locais da cidade e em todo estado. Como aconteceu em março desse ano, na Comunidade da Gamboa, em que a PM durante uma madrugada assassinou três jovens, o que causou grande revolta, visto que afirmaram a ocorrência de troca de tiro, porém a população presenciou que isso não ocorreu e, sim, que foram executados.

A gestão estadual de Rui Costa (PT), que anteriormente saudou policiais que causaram a
chacina do Cabula (12 jovens mortos), lida com essas situações da seguinte forma: Investimento na compra de mais armamentos e concurso público para mais policiais. A estratégia é clara aumentar o uso da força policial, mesmo caminho que o presidente fascista Bolsonaro vêm trilhando, o que mostra a natureza similar dos dois governantes.

A persistência e aumento das chacinas em operações policiais no estado da Bahia mostra que a social-democracia não é capaz de resolver o problema da segurança pública, pelo contrário, com o aumento da fome e do desemprego se vê o incremento da força violenta do estado com a população pobre e a precarização do ensino público, do acesso à saúde e ao trabalho.

Somente um Governo Revolucionário comprometido com a reforma urbana, a educação e os direitos dos trabalhadores será capaz de eliminar o problema da segurança urbana, visto que a diminuição da criminalidade está atrelada a diminuição das desigualdades sociais. Por isso, iniciativas do povo como o Movimento de Luta nos Bairros, Vilas e Favelas (MLB), Movimento Luta de Classes (MLC) e a Unidade Popular (UP) são de grande importância, lutam pela construção do poder popular e organização da população, contra as injustiças que acontecem diariamente.

População de Salvador ocupa as ruas em ato em defesa das vidas negras e contra o fascismo. Foto: A Verdade BA

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