Trabalhadores se manifestam contra política econômica do Banco Central, no Rio

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Trabalhadores denunciam a taxa básica de juros 137% acima da inflação e a suposta autonomia do Banco Central, que busca dar mais poder aos banqueiros e empresários.

Redação RJ


TRABALHADOR UNIDO – Ontem (14), em ato público realizado na capital fluminense, militantes de diversas organizações políticas e sociais se unificaram na frente da sede do Banco Central contra a alta taxa de juros e a dependência do Branco Central ao capital financeiro

Na manifestação, foi denunciada a autonomia do Banco Central prometida pela burguesia e encabeçada por Campos Neto, presidente do Banco Central, colocado no cargo por Bolsonaro. A autonomia é, na verdade, mais uma grande farsa para sabotar medidas econômicas a favor do povo e dar mais poder aos banqueiros e empresários. 

Também foi condenada a taxa básica de juros 137% acima da inflação. Os bancos lucram bilhões endividando a vida da esmagadora maioria do povo pobre do Brasil, que se desespera no final do mês para conseguir pagar as contas, alimentos e aluguéis. 

Diversas organizações e entidades tomaram parte da mobilização de ontem, como a UP (Unidade Popular pelo Socialismo), MLC (Movimento de Luta de Classes), UJR (União da Juventude Rebelião) e AERJ (Associação de Estudantes Secundaristas do Estado do Rio de Janeiro).

Banco Central e juros altos servem aos ricos

A falsa autonomia do Banco Central é uma forma do mercado de aumentar seus lucros e exploração na sociedade brasileira, aumentando a submissão do trabalho ao grande capital. Não à toa, o Brasil tem a taxa de juros mais alta do mundo.

Pouco importa para os banqueiros se mais de 280 mil brasileiros sobrevivem nas ruas do país, não conseguindo arcar com a alta taxa de juros proferidas, ou se grande parte da população se encontra sem emprego. Apenas encher os bolsos importa para essa pequena minoria de ricaços, custe o que custar.

Em entrevista ao jornal A Verdade, Raul Bittencourt, da coordenação do MLC (Movimento Luta de Classes), afirmou que o ato de hoje na porta do Banco Central foi vitorioso pois “sinalizou a vontade do movimento social organizado de lutar pela reestatização do banco, que hoje, através dessa falsa autonomia, encontra-se submisso aos interesses dos grandes conglomerados financeiros e especuladores.”

Também foi pontuado que é necessário travar mais lutas, pois “não será a simples realização de atos de vanguarda que será capaz de tirar o BACEN das garras dos banqueiros e especuladores, mas sim a ampla e crescente mobilização popular, atrelada a uma pauta mais ampla de queda nos juros, participação popular, investimento direto do Estado e de superação do capitalismo.”, conclui.

É preciso, portanto, avançar nas manifestações de rua contra a privatização da política monetária brasileira, lutando pelo fim dos juros altos e contra a farsa da autonomia do Banco Central.