A UP não é um sonho, e sim, um trabalho consciente e diário, feito com olhos bem abertos de forma coletiva e disciplinada, com muita teoria revolucionária e disposição para ir pra rua, seja para panfletar ou botar fogo em pneu, porque quem tem fome tem pressa, e a UP é o partido dos famintos. Mas “bem aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque eles serão saciados”.
Matheus Menezes | Florianópolis
CARTA – As propostas que a Unidade Popular tem para o país só vão ser implementadas se conquistarmos o coração e a mente de milhões de brasileiros. Para isso, vamos precisar de um trabalho político muito organizado, de dirigentes e militantes comprometidos com a política e habilidosos para conquistar as pessoas.
A UP nasceu da união de várias organizações e movimentos que acreditam e lutam pela revolução. Através da atuação dos movimentos sociais em todos os terrenos do Brasil real como: as favelas, as aldeias, os quilombos, os bairros desassistidos de políticas públicas, os centros das cidades, as cidades do interior, no transporte público, nas feiras populares, etc.
Levando uma política certeira iremos sim, viver num país sem miséria, sem fome, sem violência contra a mulher, sem racismo, com paz, trabalho digno para todos e respeito à vida. Isso para nós, só o socialismo pode alcançar.
Nossa missão é mostrar que é possível, praticando uma política de acordo com as necessidades do povo. Para transformar um partido de pessoas pobres em um partido grande, que esteja em todo país, e forte, que consiga fazer as lutas necessárias em todos os cantos só com muita gente dedicada e trabalhando pelo mesmo objetivo para conseguir.
É preciso construir as condições financeiras do partido, por exemplo, para arcar com os custos de panfletos, materiais de estudo nas reuniões de núcleo, ter sedes nas cidades onde as pessoas possam nos encontrar e fazer atividades de qualidade. E também que possamos remunerar trabalhadores jurídicos e contábeis que prestam serviços para a UP, os dirigentes eleitos que trabalham exclusivamente para o partido. Além do mais, para não ficar amarrado com qualquer pessoa rica, seja ela quem for. Nosso partido não aceita doações de empresas, mas tem no seu programa a forma de arrecadar fundos: contribuição voluntária e comprometida dos seus filiados e trabalhadores que acreditam no partido.
“Entra governo, sai governo e as coisas continuam do mesmo jeito…”
E a clássica fala: “Justiça no Brasil não existe, o pobre nunca tem vez”. Todo mundo já ouviu alguém falar isso, e as pessoas estão certas, essa é a política no capitalismo. O lucro acima de tudo, uma democracia frágil e sempre a favor dos ricos, não é assim?! Por isso acreditamos que o Brasil precisa de uma revolução, por isso a Unidade Popular é pelo socialismo.
Por isso, ser militante da Unidade Popular é uma grande responsabilidade. Nosso partido vem crescendo ano a ano, mas ainda é novo, tem grandes planos e menos estrutura que qualquer outro partido burguês. Isso é para nos desanimar? De forma alguma! Nenhum parlamentar do centrão sabe o gosto de lutar junto de uma trabalhadora terceirizada por seu salário. Nenhum grande coronel da política sabe o valor que tem lutar e conquistar moradia para quem não tem teto, comida para quem tem fome. Isso é o que nos motiva, não pela caridade individual, mas pela sede de justiça de um novo sistema. Quem entende isso, entende o propósito do partido.
Sem enganar ninguém, não somos perfeitos. Nenhuma organização política é. Nosso presidente Leonardo Péricles disse certa vez que “…a UP é um partido de coerência política”, e isso é fundamental. Se erramos, não vamos esperar “alguém” surgir para resolver o problema, nosso dever é estudar, debater para encontrar o erro e resolvê-lo na teoria e na prática. Ter a humildade de reconhecer um erro político é dever de qualquer dirigente, qualquer militante, filiado ou filiada. Sobretudo, ter a coragem de agir para superar o problema, fortalecendo o partido.
Acredito que a UP existe porque é impossível que exista “bala perdida”, seja ela da polícia ou do tráfico, nosso partido surgiu porque não dá para aceitar que nosso país seja um dos maiores produtores de comida do mundo, e que metade da sua população passe fome. Um partido político real, com qualidades e defeitos, nascido nas periferias para acabar com a exploração dos trabalhadores. Uma organização aberta a todas as pessoas que tenham compromisso com fazer do Brasil um país sem racismo, onde todos tenham oportunidades iguais de trabalho, educação, moradia e lazer.
Isso não é um sonho, e sim, um trabalho consciente e diário, feito com olhos bem abertos de forma coletiva e disciplinada, com muita teoria revolucionária e disposição para ir pra rua, seja para panfletar ou botar fogo em pneu, porque quem tem fome tem pressa, e a UP é o partido dos famintos. Mas “bem aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque eles serão saciados”.