União dos Estudantes de Pernambuco realiza seu 43° Congresso

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Nos dias 28 e 29 de abril, realizou-se na Universidade Federal Rural de Pernambuco, Campus Recife, o 43° Congresso Estadual da UEP – Cândido Pinto

Hilsten Barros | Recife (PE)


O 43º Congresso da UEP realizou-se no último final de semana de abril (28 e 29), em Recife, na Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE). Estiveram presentes delegações de estudantes de todo o estado, desde a Região Metropolitana e Zona da Mata, passando pelo Agreste, até o Sertão. Destaque para a bancada de Serra Talhada, uma das maiores presentes. 

A mesa de abertura contou com a participação de representantes do movimento estudantil, Evandro José (Uespe) e Isis Mustafa (UNE),  movimentos sociais e sindicais, Camila Roque (Movimento Olga Benario), Natanael Sarmento (Aducape) e Camila Falcão (MLC), e mandatas parlamentares de Dani Portela (PSOL) e Flávia Helen (PT), além do militante histórico do movimento estudantil pernambucano Edival Cajá, presidente do Centro Cultural Manoel Lisboa e membro do Comitê Memória, Verdade, Justiça e Democracia de Pernambuco.

Em sua saudação, a secretária-geral da UNE Isis Mustafa denunciou que mais de 700 mil vidas de brasileiros e brasileiras foram ceifadas pelo desgoverno Bolsonaro. “Crianças Yanomami morreram por inanição, por crimes de exploração na Amazônia, um governo que cometeu vários crimes, inclusive de corrupção, utilizando do cargo da Presidência para favorecer a sua família. Então, precisamos lutar para que Bolsonaro e os generais golpistas sejam verdadeiramente punidos”, conclamou Isis.

Após a abertura, foi realizada uma atividade cultural, que promoveu artistas da cena do rap pernambucano, MC Demo e a banda A Revolta Social, que, além de artistas, são militantes e colocam em suas músicas o teor político das lutas sociais. 

No dia seguinte, ocorreram os Grupos de Trabalho (GTs) que debateram e formularam propostas sobre universidades privadas; acesso, permanência e orçamento das universidades públicas; cultura; defesa do SUS; vida das mulheres estudantes; combate ao extermínio da juventude negra.

Logo após, aconteceu um painel sobre memória, verdade e justiça, tema tão caro para a entidade, que teve sua história marcada pela perseguição de suas lideranças durante a ditadura militar, como Demócrito de Souza Filho, Cândido Pinto e tantos outros. 

Na plenária final, foram aprovadas por unanimidade as propostas dos GTs e foi eleita a nova diretoria da entidade para o mandato 2023/2025. Na fala de defesa da chapa, Jéssica Natália, eleita presidente da entidade, garantiu que a diretoria se compromete com as pautas dos estudantes e está pronta para levar a cabo o legado de lutas da UEP:

“A luta em defesa da democracia para punição dos torturadores de ontem e de hoje vai ser uma bandeira central da nova gestão da UEP. Queremos também que as mulheres possam entrar na universidade e permanecer sem medo de serem assediadas. Fortalecer a luta do ME pela base, na construção de cada DA e DCE no estado, ampliando ainda mais a participação dos estudantes na vida das entidades. Um ponto importante para a permanência dos estudantes nas universidades é o restaurante universitário, sendo que na nossa universidade estadual, a UPE, por exemplo, vários campi não possuem RUs. Precisamos pôr em prática o plano estadual de assistência estudantil, garantido bolsas, RU e passe-livre para todos.”

Matéria publicada na edição nº 270 do Jornal A Verdade