Movimento Luta de Classes realiza Congressos Estaduais rumo ao II Congresso Nacional

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O Movimento Luta de Classes (MLC) está em período de preparação para seu segundo Congresso Nacional. As etapas estaduais do congresso já estão acontecendo por todo o país, elegendo seus delegados ao Congresso Nacional e debatendo o plano de lutas e de  crescimento do movimento nos estados.

Maíra Dias, MLC Baixada Santista-SP


“A Classe Operária é Internacional; em todos os países é a classe criadora da riqueza, que, no entanto, sofre a exploração dos patrões e a opressão do Estado capitalista.” (Princípios do Sindicalismo Classista e Revolucionário, CIPOML)

Os congressos estaduais são importante fase de construção e elaboração do II Congresso Nacional onde trabalhadores e trabalhadoras das mais diversas categorias de todo o Brasil realizam os debates sobre a situação da luta sindical classista e revolucionária, além da apreciação das teses ao congresso, eleger delegados e formular propostas de cada localidade para as próximas ações do movimento.

A reflexão em torno de pautas como a Reforma Trabalhista, que retirou da Classe Trabalhadora direitos históricos conquistados em décadas de lutas e greves, a Lei da Terceirização e a Reforma da Previdência, aprovadas por políticos que são comprados e corrompidos por uma minoria privilegiada que detém grandes fortunas e são donos de bancos, empresas de agronegócio, fábricas, meios de comunicação e das terras férteis do país adquiridas por meio de grilagem. 

Além disso, sabemos que há uma proporcionalidade das reduções salariais com o aumento do desemprego o que impulsiona a exploração do trabalho escravo e do trabalho infantil e toda a perversidade do abuso capitalista para obter lucros a partir do sangue, do suor, das lágrimas, da saúde e do tempo de vida do trabalhador e da trabalhadora. Barrar esta realidade e libertar a classe trabalhadora é uma tarefa dos revolucionários e revolucionárias do Brasil e do mundo.

Os núcleos do MLC, também estão ampliando as discussões sobre o sistema econômico que impõe altos impostos e inflação que rebaixam direta ou indiretamente os salários do povo trabalhador. Este dinheiro que deveria ser investido em serviços básicos como saúde e educação são usados pelo governo que é pautado pela burguesia em seus próprios benefícios como podemos claramente constatar através do financiamento das privatizações, dos incentivos fiscais e dos empréstimos do governo a usineiros e latifundiários.

Assim, o salário real da classe trabalhadora sofre o rebaixamento e sua força de trabalho é cada vez mais desvalorizada, pois ele perde o poder de compra o que gera vantagem aos capitalistas com a diminuição dos custos da produção e aumento de seus lucros.

Logo podemos entender que a escravidão assalariada gera sofrimento, doenças, mortes precoces, problemas físicos e mentais, insuficiência de tempo e de qualidade na educação e no cuidado com as crianças, tornando a vida insuportável e gerando um genocídio causado pela exploração capitalista.

Lutar contra os grandes monopólios dos países imperialistas é uma tarefa que deve ter o apoio de todos os explorados pois trata do enfrentamento de patrões abusivos, da polícia, que é o aparelho de repressão do estado, da justiça burguesa e da corrupção de parlamentares e dirigentes sindicais.

A emancipação das mulheres pelo trabalho é uma importante pauta que está sendo desenvolvida através dos estudos e dos debates congressuais. Há séculos a mulher vem sendo explorada através dos mais diversos atravessamentos, na ilusão e/ou na exigência da construção da família mononuclear burguesa que garante o estabelecimento e a manutenção da propriedade privada e por sua força de trabalho desvalorizada pelo mercado de trabalho. Logo, a sua emancipação das condições sociais e econômicas da sociedade burguesa se dá  através das formas de trabalho para a coletividade operária de luta revolucionária.

Por isso o MLC entende que a preparação e a organização da classe operária, em seus núcleos regionais, para o enfrentamento através de grandes greves e paralisações é uma preciosa ferramenta para a luta contra os abutres capitalistas.

A atuação das bases sindicais na organização contra a burocracia sindical, o oportunismo e a traição, no apontamento de proposta unitária para a luta operária, na educação política dos trabalhadores através de sindicatos que se entendam como escolas de organização solidária e do comunismo, também é uma das tarefas de nossos núcleos organizados em todo o território nacional. Estes sindicatos devem colocar os seus recursos para a elaboração de espaços e as condições para o desenvolvimento do nível cultural da classe operária, para a recreação e a arte onde os seus legítimos beneficiários o frequentem entendendo que ali é uma casa de cultura e de luta e é tarefa dos revolucionários garantir o seu funcionamento coeso com as necessidades da classe.

Porém o MLC não pretende combater apenas os sintomas do mal capitalista e sim a causa dessa doença para acabar de forma definitiva com o sofrimento do povo trabalhador de todo o Brasil através de uma luta política revolucionária.

As discussões do movimento sindical e da revolução brasileira são centrais para a ampliação da participação da Classe Trabalhadora no fortalecimento da corrente sindical classista e revolucionária e na construção de uma sociedade sem classes com uma economia onde prevaleçam os interesses coletivos governados por trabalhadores e trabalhadoras.

Para que a nossa luta revolucionária se torne realidade temos o dever de realizar um trabalho com a coesão e a disciplina proporcionais às transformações que desejamos e, para a centralização intelectual deste trabalho, a coordenação nacional do MLC desenvolveu o Caderno de Formação que é uma importante ferramenta de estudo e preparação para o congresso e para as lutas nas diversas regiões e deve ser utilizado como base dos estudos de aprimoramento da nossa militância. Para adquiri-lo os trabalhadores e trabalhadoras devem procurar os núcleos do MLC e da UP em sua cidade ou região.

A união da classe operária nas lutas econômicas e políticas, e pela derrota do sistema de exploração dominado pelo grande capital, se dará através da revolução proletária e a sua elaboração e execução já começou em nossos materiais de estudos, organizações de assembleias regionais, congressos estaduais e nacional e com toda a força e disposição de uma classe trabalhadora coesa, organizada e disciplinada.

Os atuais governantes do mundo capitalista são homens provisórios. O proletariado é o verdadeiro senhor do mundo, o senhor do futuro. E deve tomar posse dos seus direitos históricos, tomar em mãos as rédeas do poder em cada país, no mundo inteiro.” – Geórgi Dimitrov.