Movimentos sociais e familiares realizam ato em frente ao TJRN cobrando justiça por Giovani Gabriel

381

Semana passada, no dia 5 de junho, completaram-se 3 anos do assassinato do jovem Gabriel. A Unidade Popular e o Coletivo Negro Valdete Guerra, junto com outros movimentos sociais, amigos e familiares do jovem foram as ruas por justiça e contra o genocídio da juventude negra.

Thalia Lima | Natal


BRASIL Nesta segunda-feira (12), a Unidade Popular e o Coletivo Negro Valdete Guerra, junto com outros movimentos sociais, amigos e familiares do jovem Giovani Gabriel, assassinado pela polícia militar do Rio Grande do Norte, foram á frente do Tribunal de Justiça, cobrar por celeridade no caso do assassinato do jovem.

Semana passada, no dia 5 de junho, se completou 3 anos do assassinato do jovem Gabriel, que segue sem justiça até hoje. Os acusados do homicídio do jovem são Paulinelle Sidney Campos Silva, Bertoni Vieira Alves, Valdemi Almeida de Andrade e Anderson Adjan Barbosa de Sousa, todos da polícia militar.

Gabriel foi assassinado quando saiu de casa na manhã do dia 5 de junho de 2020, para ir de bicicleta à casa da namorada em Parnamirim, cidade metropolitana de Natal, mas não chegou ao local. Foi mais de uma semana de busca pelo corpo do jovem. Buscas essas feitas pelos os próprios moradores e familiares, sem apoio do estado

Foram organizadas várias mobilizações para conseguir identificar, prender e punir os assassinos, e que esse caso fosse a júri popular. Mas os assassinos do Gabriel acobertados pela milícia, conseguiram o poder de responder pelo crime de assassinato, sequestro e ocultação de cadáver em liberdade. O processo segue estagnado, sem nenhuma resposta; esperando apenas a marcação da data do julgamento.

A justiça burguesa segue o protocolo da impunidade. Em que protege os agentes do estado que cometem crimes covardes contra a juventude negra e pobre, permitindo assim, com a certeza da impunidade, que mais ações truculentas como essa, aconteçam nas periferias. 

“Quero somente justiça”

No momento do ato, foi entregue uma carta aberta, e nessa carta havia um trecho da mãe do Gabriel, Priscila: “Meu filho Gabriel tinha muitos sonhos e projetos de vida. Meu filho era estudante aplicado e esforçado e fazia muitos planos para seu futuro e dizia que ia me ajudar e formar uma família com muito amor e carinho.” afirmou.

“Todos os dias e todas as noites não paro de pensar no meu filho e de como ele estaria feliz e contente ao meu lado e de toda família. Por não mais poder ter meu filho ao meu lado, quero somente justiça para que essas pessoas que mataram meu filho Gabriel respondam e sejam condenados pelo que fizeram e para que outras mães não sofram nem chorem as mortes dos seus filhos, provocadas por quem deveria nos proteger e não nos matar.”, disse Priscila.

Nunca será um fato isolado. Quantos mais terão que morrer, para essa guerra acabar? Essa guerra que só atinge um lado, que só atinge a camada mais pobre da sociedade, que vive sendo massacrada pelo o estado opressor.

Giovani Gabriel foi assassinado porque era pobre e negro. Sua vida foi interrompida por bandidos de farda que seguem sendo protegidos por um estado racista. Enquanto o estado usar seu aparato repressivo e judiciário a favor do extermínio do povo pobre e negro, não haverá um minuto de paz.

Esses bandidos que sequestraram, torturaram e mataram o Gabriel, precisam e devem ser punidos. “Estou muito revoltada, eu não consigo aceitar, eu vivo em estado de choque. Eles foram uns covardes, assassinaram meu filho. Pra mim ter paz, eu preciso desse júri, para mim entender o que aconteceu” relatou Priscila, mãe de Gabriel.

Sem justiça, não há paz! Essa luta é para que mais jovens como Gabriel, não possam ter suas vidas ceifadas pelo o Estado genocida, que assassina jovens negros da periferia todos os dias. A luta é para que o povo negro possa ter a liberdade de ir e vir, sem ser confundido com bandidos e em seguida mortos. A luta é por uma sociedade livre do racismo e que o povo negro tenha de fato sua liberdade.