Quem deve sustentar o Partido e a Revolução?

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“Quem deve sustentar materialmente a Revolução e seu partido dirigente, o Partido Comunista Revolucionário, sua imprensa, suas campanhas de denúncias contra os crimes do capitalismo, de agitação e propaganda do socialismo, suas campanhas eleitorais, suas mobilizações? (…) É seguramente a classe operária e demais camadas trabalhadoras da cidade e do campo, como intelectuais progressistas, pequenos proprietários (…) e todos aqueles prejudicados pela exploração (…). Estas são fontes inesgotáveis dos recursos materiais e humanos (…) e é exatamente aí onde devemos concentrar nossos esforços para construirmos círculos e mais círculos de contribuintes regulares.” (Nossa Política de Autossustentação – PCR)

Clara Ferreira | São Paulo


PARTIDO – Apesar de havermos derrotado os fascistas nas últimas eleições em nosso país, seguimos com a necessidade de crescer nossa agitação, propaganda e profundo trabalho no seio do vo trabalhador para que a derrota dos fascistas seja completa. A vida da imensa maioria da população segue com dificuldade. São milhões de desempregados. O salário mínimo é um dos mais baixos do mundo. As reformas da Previdência, trabalhista e o teto dos gastos não foram revogados. Se, por um lado, crescemos nossa influência e trabalho político nas principais cidades do país, é inegável que este trabalho é insuficiente e deve crescer! Precisamos chegar nas fábricas, nas escolas, em mais bairros populares. Precisamos crescer nosso trabalho entre a classe trabalhadora! É urgente!

Porém, sem avançar e superar nossas debilidades com a construção material de nosso Partido, isso será impossível!

A política e o princípio de autossustentação é a compreensão de que a “emancipação dos trabalhadores será obra dos próprios trabalhadores” (Karl Marx). A classe operária, os trabalhadores e trabalhadoras, cada um de nós, deve e pode levantar os recursos necessários para sustentar nossa luta, nosso Partido e a Revolução no nosso país. Este é um dos princípios de um partido marxista-leninista. A burguesia nos quer cada dia mais explorados, com menos direitos e menores salários. Quer usurpar ainda mais as riquezas naturais do nosso país. Acabar com a educação e saúde públicas. Não podemos ter nem um pouquinho de ilusão de classes! Quem sustentará nossa luta seremos nós! 

Como vamos resolver essa questão? Como superaremos nosso atraso?

Em primeiro lugar, coloca-se a necessidade de cada militante estar em dia com sua contribuição mensal. Essa é uma das condições fundamentais para ser membro de nosso Partido, camaradas! É inaceitável que tenhamos coletivos que subestimem esse compromisso do militante revolucionário! Que fechem os olhos para esse problema. Não é possível dormir com esse barulho. Esse é o único recurso que podemos ter certeza que virá, mesmo nas piores condições. Apenas com uma decidida luta político-ideológica em todos os coletivos, poderemos chegar nos 100% de contribuições em dia! Além de contribuir regularmente, precisamos fazê-lo em data fixa, para que nosso Partido possa se organizar e arcar com seus compromissos em dia.

As tarefas de finanças e organização estão profundamente ligadas. Quando negligenciamos uma, prejudicamos a outra. Se o coletivo não reúne com regularidade, na certa afetará as contribuições! Se as finanças não funcionam com regularidade, teremos menos militantes profissionais. E com menos militantes profissionais, nosso trabalho crescerá e se desenvolverá mais lentamente.

Neste ano, completam-se 50 anos da imortalidade dos heróis do PCR. Em homenagem a eles, precisamos colocar como meta atingir 100% de adimplência até setembro. E isso é possível, desde que coloquemos esse problema na mesa e nos debrucemos sobre ele.

Além das contribuições regulares, todos os coletivos precisam ter um plano de construção material e autossustentação. E o plano não basta estar pronto, tem que acompanhar! Precisamos fazer um plano baseado na atuação de cada coletivo, a partir das atividades de massa que já realizamos no dia a dia. Assim, o plano tem mais chances de dar certo. O trabalho da arrecadação material não pode ser espontâneo, ele precisa ser organizado, planejado, planificado e bem acompanhado. Por isso, o coletivo precisa colocar as finanças como ponto de pauta, acompanhar o plano e as contribuições com regularidade.

Responsáveis pelas finanças: a tarefa não é burocrática, é política. O secretário de finanças precisa zelar pela nossa construção material. Precisa acompanhar, cobrar, propor, planejar. É preciso se reunir com regularidade com outros secretários, em uma comissão, para acompanhar o trabalho como um todo e planejar atividades ainda maiores que as que um coletivo sozinho é capaz de fazer.

Milhares de pessoas admiram nosso trabalho. O que impede de que sejam apoiadores? Portanto, além das nossas contribuições, das atividades que realizamos, podemos e devemos ter uma ampla rede de apoiadores. Sem defensiva! Muita gente valoriza nossa ousadia e abnegação, muita gente odeia esse sistema que nos massacra. Pode não querer ser militante, mas pode apoiar nossa luta. Por que não fazer uma conversa franca com essas pessoas, apesentar nosso trabalho e nossas necessidades? Como certeza, muitos apoiarão, assim como alguns já o fazem.

Camaradas, é urgente colocarmos a questão da nossa construção material no centro de nossas discussões. Temos pressa. Milhões de pessoas passam fome! Os fascistas não desistiram de dar um golpe em nosso país. Derrotar esses vermes e construir um Governo Revolucionário dos Trabalhadores é, cada dia mais, questão de vida ou de morte. Enquanto meia dúzia esbanja, a maioria de nosso povo não sabe o que vai comer amanhã. Sem levar a sério isso, não cresceremos nosso Partido e nosso trabalho entre as massas. Vamos arregaçar as mangas e trabalhar, porque o que será de nosso futuro depende de nós.